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Lives no e-commerce impulsionam vendas durante a pandemia e se tornam tendência

As lives se popularizaram durante o isolamento social adotado por causa da pandemia do novo coronavírus, a ponto de se tornarem uma estratégia de vendas online

O distanciamento social mudou a vida de todos que tiveram que se adaptar a novas formas de viver a vida e afetou também o comportamento do consumidor, acelerando, definitivamente, a transformação digital do comércio. Durante essa fase, milhares de lives dos mais diferentes estilos invadiram as telas do computador, TV e celular, desde shows, esports, jogos de cassino online, debates sobre os mais diversos assuntos, atividades físicas e culinária, entre outros temas.

Foi nessa onda que marcas de comércio eletrônico passaram a adotar a live commerce, uma estratégia de vendas com transmissão ao vivo, que pode ser considerada uma versão digital dos antigos programas de vendas na TV, um espaço publicitário destinado à divulgação de produtos e serviços.

Embora a prática de usar lives para vender seja nova no Brasil, o mercado asiático experimenta essa oportunidade há alguns anos, e com sucesso. A China, por exemplo, vê o comércio ao vivo como um grande negócio. O País conta com mais de 900 sites de transmissão online, permitindo que os consumidores interajam e comprem de marcas em tempo real   – um mercado que, segundo o China Internet Report, alcançará 613 milhões de usuários neste ano. Ainda de acordo com a consultoria iiMedia, o segmento de live commerce na China deverá chegar a um faturamento de 916 bilhões até o final de 2020.

Para ilustrar este cenário no Brasil, apenas no primeiro semestre de 2020, o país registrou mais de 7 milhões de novos compradores online e um crescimento de 47% no volume de vendas pela Internet. Mas se o e-commerce está sendo favorecido neste ano no país, a tendência das empresas no ambiente digital também está avançando para um próximo nível. Muitas marcas agora estão seguindo o modelo chinês de vendas por lives e aderindo às experiências do streaming ao vivo, dando um salto digital para se adaptarem à mudanças e garantir êxito durante o ‘novo normal’.

Empresas passam a adotar as lives para aumentar as vendas onlineOs brasileiros puderam constatar o formato live commerce em lançamentos de grandes varejistas como no programa “Americanas ao Vivo”, apresentado pelas atrizes como Sheron Menezzes, Jennifer Nascimento e Nah Cardoso, e pelo humorista Rafael Portugal. Segundo Leonardo Rocha, head de Marketing da plataforma digital da Americanas, “em breve todos os players de mercado estarão nesse negócio”. 

Recentemente, a marca de óculos e acessórios Chilli Beans também investiu no formato “live shopping” com um pouco mais de ousadia. Para lançar a nova coleção, assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch, a empresa optou por trazer o seu fundador, Caito Maia, como apresentador do show “Chilli Beans Live Circus”. O espetáculo contou também com a presença da atriz Isis Valverde e do humorista Marco Luque.

Lives serão tendência nas vendas online


Com a confirmação da tendência das lives para vendas online, grandes plataformas de tecnologia também estão criando novas funções para se adaptar. O Instagram já disponibilizou para o mercado americano sua nova ferramenta para melhorar as vendas digitais – o Instagram Live Shopping – que deve ser expandido em breve para outros países. Outra plataforma que está promovendo transmissões ao vivo para sua própria comunidade é a TikTok, que também tem se concentrado cada vez mais em lives com influenciadores indicando onde os usuários podem comprar seus produtos.Especialistas acreditam que, ainda que haja menos entusiasmo nos próximos meses em relação ao período de isolamento social, o formato “live commerce” já conquistou seu espaço no cotidiano do público e terá uma adoção massiva nos planos de marketing digitaldas empresas de todo o mundo.

Porque usar lives para estimular as vendas

O Google escolheu o Brasil para testar o seu novo projeto – Vitrine Virtual – onde empreendedores podem oferecer seus produtos em lives na plataforma Google Brasil, no YouTube. “O Brasil foi o primeiro país a realizar esse evento, pois enxergamos uma oportunidade de ajudar as pequenas e médias empresas a usarem o YouTube como mais uma ferramenta para alavancar suas vendas, durante o período de incertezas gerado pela pandemia da Covid-19″, disse Susana Ayarza, diretora de marketing do Google no Brasil.” A primeira transmissão da plataforma, realizada em agosto, contou com mais de 500 empresas que apresentaram seus produtos para venda por live, durante 40 minutos.
De acordo com uma pesquisa feita pelo próprio Google, com mil consumidores, os brasileiros estão abertos a um comércio digital mais interativo. Dos entrevistados, 20% responderam já ter usado alguma forma de live commerce, enquanto 26% disseram conhecer o formato, mas ainda não experimentaram. Outros 27% dizem que não conhecem a esse tipo de técnica, embora tenham interesse em aprender como usar live para comprar. 

Para os consumidores, o maior atrativo da transmissão das vendas por live é sua natureza interativa, que também reúne elementos de entretenimento e comércio eletrônico. Por exemplo, algumas marcas tendem a hospedar tutoriais durante a transmissão ao vivo, o que significa que os espectadores podem aprender sobre um produto, bem como fazer perguntas personalizadas sobre ele ou como usá-lo – o que não é possível quando se trata de vídeos padrão no YouTube ou no Instagram.Os espectadores também são atraídos pelo elemento influenciador, com a chance de interagir com artistas e personalidades da mídia social, que ajudam diretamente a aumentar o interesse. Talvez mais importante para as empresas, as vendas através de lives vão além de fortalecer a interatividade com o público e a identificação com a marca, mas poderão,  de forma eficaz, impulsionar os negócios.
A crise, sem dúvida, deu ao setor de vendas um grande impulso para a integração de tecnologia generalizada e equipou-o para enfrentar situações adversas com facilidade. As novas tecnologias, que estão ajudando a indústria hoje, combinadas com o recente aumento das vendas online – mostram que este é o momento certo para as marcas considerarem investir no que poderia ser uma oportunidade nova e excitante para o e-commerce.

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