O futuro da linguagem Java está nas mãos dos usuários


Talvez ninguém esteja mais satisfeito e otimista com a evolução da linguagem Java do que o pai da criança. O criador da tecnologia, James Gosling, vice-presidente e sócio da Sun Microsystems, comemora a expansão e a importância da Java, que nasceu há seis anos, com objetivos bastante diferentes, como permitir a transmissão de dados por TV digital. Nesse tempo, assim como a Sun trocou o foco de seus produtos do hardware para software, a linguagem migrou para outras tecnologias emergentes, como as soluções wireless. “Java é hoje um modelo padrão para o desenvolvimento de aplicações corporativas. E certamente é um modo de criar soluções end-to-end”, afirma Gosling.

“Há dezenas de milhares de desenvolvedores de softwares em Java para telefones celulares, espalhando-se de NTT DoCoMo para a ATT, para a Nokia. Mas nem podemos dizer que essa será a mais importante utilização da tecnologia, já que tudo está mais conectado a cada dia. Os sistemas estão sempre inter-relacionados”, afirma o executivo. Ele fez a palestra de abertura do Sun Tech Days, evento da Sun Microsystems que acontece hoje e amanhã, na Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham).

Em entrevista exclusiva para o IT Web, Gosling comentou também a presença da Java nos Web services. “A concorrência é dura. De fato, a Microsoft tem mais dinheiro do que Deus, e podem pagar campanhas de mídia e marketing que são bastante consideráveis. E ainda tem IBM, BEA Systems e mesmo a Oracle”, diz. “Mas estamos satisfeitos com o posicionamento da Sun no mercado.” Ele também aproveita para cutucar a internet, quando o assunto é a linguagem C# utilizada no .Net. “A C# é um tanto estranha, é quase uma cópia do Java. Há um ditado norte-americano que diz que a imitação é a forma mais sincera de elogiar.”

O futuro do Java, para o pai da tecnologia, está nas mãos dos usuários. “A evolução da Java é controlada pela comunidade. Nós só podemos ajudar e tentar dirigir em alguns momentos”, afirma. O gerente de marketing para o Brasil, André Echeverria, completa, afirmando que não há uma estratégia da Sun para o Java. “Trata-se de uma linguagem aberta da comunidade. Para a empresa, o importante é que a linguagem Java reforce a utilização das plataformas de Web services e de aplicativos”, afirma o executivo.

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