Vendas online dão novo fôlego às grandes gravadoras


24/03/2006

As gravadoras multinacionais descobriram o mundo virtual. Depois de anos tentando evitar que se vendesse e comprasse música pela internet, telefone e outros meios que não o disco, os fatos falaram mais alto e a recuperação do mercado, tímida e firme em 2005, se deu graças às vendas online. Por isso, o presidente da associação mundial do setor, John Kennedy (“nenhuma relação com o presidente americano”, explicou ele) veio ao Brasil para se encontrar com representantes na América Latina e prospectar negócios. Veio também falar com o governo brasileiro, mas só do combate à pirataria. Apesar de o ministro da Cultura, Gilberto Gil, ser um dos músicos mais bem-sucedidos do mundo, não há encontro agendado com ele ou seus assessores.

Mas Kennedy traz boas notícias. Se a venda de discos cai vertiginosamente há uma década, consumindo empresas e unindo outras para evitar esse destino, o mercado virtual parece reverter essa tendência. Em 2005, vendeu-se US$ 1,1 bilhão nesses sistemas (R$ 2,2 milhões), 6% do total do mercado. Não parou a queda, mas deixou o prejuízo em só 2%. “A tendência em 2006 é se estabilizar e os lucros devem chegar em 2007”, prevê Kennedy. “Há países como Alemanha, Inglaterra e Japão onde a venda de música online é forte, mas o Brasil é quase inexplorado. A indústria tem obrigação de atender às demandas desse mercado.”

Uma das principais questões, na opinião de Kennedy, é evitar que o comprador online o faça ilegalmente, sem pagar o que a gravadora acha devido. Para ele, é uma pirataria evitável, já que a física é caso perdido. “Quem produz e compra disco pirata sabe que comete um crime”, afirma. “Quem compra virtualmente pode ser educado, levado a comprar legalmente e, em geral, é isso o que acontece.” (segue)

Beatriz Coelho Silva

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