Entrevista: fraudes online com cartões ainda são pequenas


03/03/2004

Apesar do crescimento das fraudes online, a internet ainda não é a maior preocupação das administradoras de cartões de crédito, afirma Walter Hannemann diretor técnico da Ciashop, fornecedora de sistemas para comércio eletrônico. Em entrevista ao IDG Now! o executivo, que participou do evento “2nd Annual Merchant Risk Council Conference – Fighting Fraud”, realizado em Las Vegas (EUA), na semana passada, afirma que o internauta não tem muito a temer quando faz compras via web e adianta as tendências tecnológicas adotadas pelas empresas de cartões para proteger seus clientes.

IDG Now! – As compras online são a maior preocupação das operadoras de cartões?

Walter Hannemann – Não. As transações online ainda representam um volume pequeno frente ao total de transações, e, apesar de o percentual de fraude nestas transações ser maior que nas transações no mundo físico, ainda tem um volume global pequeno (na comparação).

IDG Now! – Quais os mecanismos mais modernos para proteger as administradoras e seus clientes nas compras via web?

Walter Hannemann – Na verdade, as administradoras e os clientes estão relativamente protegidos, já que a responsabilidade principal nas transações via Internet (chamadas de CNP, ou cartão-não-presente) é do comerciante. As administradoras tem um contrato específico para os comerciantes online, definindo esta responsabilidade.Se houver uma compra fraudulenta na Internet, digamos, alguém realiza uma compra com o meu cartão sem o meu conhecimento. Quando eu recebo a fatura e ligo para a administradora do meu cartão e informo que não reconheço a compra, eu, cliente, não preciso pagar o valor correspondente àquela transação (após o preenchimento de um formulário justificando a recusa). E o valor da transação é debitado do vendedor, mesmo que ele já tenha recebido o valor, processo conhecido como “charge-back”. Nesses casos, o vendedor é quem precisa ter ferramentas para detectar as tentativas de fraude e se prevenir das perdas, bem como evitar que pedidos válidos sejam rejeitados pela suspeita de fraude (estima-se que os prejuízos com pedidos válidos rejeitados sejam maiores que as fraudes propriamente ditas, 8%, para uma taxa de fraude de 1% nos mesmos clientes, de acordo com o 5th Annual Fraud Report (2004 edition), da CyberSouce, nos EUA).

IDG Now! – Além de ferramentas de Business Intelligence, quais outras tecnologias as empresas de cartões de crédito estão buscando para reduzir os prejuízos causados com as fraudes neste setor?

Walter Hannemann – As administradoras de cartão de crédito tem aplicado sofisticados sistemas de prevenção a fraudes em seus sistemas, com diversas tecnologias, que incluem: redes neurais, sistemas de regras e análise de perfil, sistemas de verificação de autenticidade dos cartões e mais recentemente sistemas de autenticação (onde o cliente precisa usar a sua senha).
(segue)

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