Criador da WWW, Tim Berners-Lee, sai em defesa da web


14/11/2003

O criador da World Wide Web e do primeiro navegador, Tim Berners-Lee, soou o alerta: o serviço mais usado na internet está em perigo. O cientista enviou uma carta aberta ao Escritório de Patentes dos Estados Unidos, na qual afirma que o processo movido pela Eolas contra a Microsoft atingirá principalmente os milhões de usuários da Rede, e que a patente que deu início ao conflito judicial deve ser reavaliada.

A patente que gerou a disputa foi pedida pela Eolas em 1994, mas concedida apenas em 1998. O documento concede direito sobre a criação da tecnologia que permite a inserção de objetos em páginas web que não são diretamente controlados pelo navegador, como animações Flash, arquivos de texto em PDF e programas Java.

Em sua carta, Berners-Lee diz que a patente é inválida porque antes dela ser requisitada os navegadores já conseguiam lidar com objetos que não eram controlados por eles – com a única diferença de que precisavam da abertura de uma nova janela do navegador. A patente da Eolas recai sobre objetos externos que são exibidos na própria interface do navegador, mas esse comportamento já existia em vários outros programas, como o Write, incluído em qualquer Windows.

Se o Escritório de Patentes dos Estados Unidos não a considerar inválida, a decisão judicial deverá afetar internautas de todo o mundo. Bernes-Lee diz que a decisão dificultará a criação dos plugins – programas externos que incrementam as funcionalidades dos navegadores. E, pior ainda, se o Internet Explorer for alterado para não infringir a patente, páginas antigas ficarão inacessíveis.

– A proposta da Microsoft para redesenhar seu navegador altera uma pequena parte de seu código, mas deixará muitas páginas e produtos de outros fornecedores de software incompatíveis com o produto. Em muitos casos, os forçados a alterar as páginas nem usam softwares que infringem a patente – escreveu Berners-Lee. (B.L.)

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