Comércio eletrônico fomenta crescimento das PMEs

14/08/2007

A partir do dia 17 de agosto, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) vai realizar a segunda rodada do ciclo de seminários voltada a pequenas e médias empresas (PMEs), que tem como objetivo ensinar aos empresários desse nicho a obter vantagens da venda no comércio eletrônico. O evento acontece em 11 cidades brasileiras em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Correios, Google, e-Bit e BuscaPé, e pretende mostrar soluções que permitam o ingresso dessas companhias nos negócios via internet com custos mínimos.

Esse tipo de iniciativa pode ajudar a desenvolver as companhias de pequeno e médio porte, principais direcionadores do crescimento, dos empregos e das inovações no mundo segundo Soumitra Dutta, reitor da escola de negócios Insead (Fontainebleau, França) e recém-convidado para participar do eBSN Steering Group – iniciativa da Comissão Européia para promover a adoção de e-business em pequenas e médias empresas. “Ao mesmo tempo em que exercem esse papel, elas demoram na adoção de processos para impulsionar esses aspectos, como as novas tecnologias da informação e os processos eletrônicos”, comenta.
 
O especialista aponta ainda outros dois desafios para o que pode ser chamado de inclusão digital corporativa. Um deles é o desenvolvimento da capacidade gerencial e organizacional das lideranças dessas empresas. Ele acredita que os líderes dessas companhias necessitam mudar a mentalidade e escalar a curva de aprendizado rapidamente, bem como fazer networking e benchmarking com outras companhias do mesmo porte. “Eles também precisam ser educados sobre os desafios relatados acima e, mais importante, têm que ser apresentados a maneiras de impulsionar seus negócios aproveitando o potencial do e-business e da TI”, complementa.

O segundo desafio é a falta de ofertas customizadas para esse mercado. Dutta reconhece que existem esforços nesse sentido, mas alerta que “as soluções precisam ser melhor customizadas para o SMB, o que requer um esforço enorme dos fabricantes e fornecedores, e também a participação do governo e de associações industriais”.

Roberto Gutierrez, diretor de consultoria da IDC no Brasil, concorda. “A maioria ainda não compreendeu que é preciso de abordagens diferentes e de uma estrutura de vendas com mais capilaridade”, comenta. Ele cita dados da própria IDC que apontam que, até 2010 a adoção de tecnologias deve crescer 16,5% mas pequenas empresas da América Latina. Nas médias, o volume vai ser 14,6% maior do que o atual e, nas grandes, 9,1%. “O aumento da participação das pequenas e médias na adoção de soluções é um reflexo natural do amadurecimento do setor”, avalia.

Embora os números sejam da América Latina, os desafios são os mesmos para pequenas empresas no mundo todo. “Alguns podem argumentar que os SMBs nos EUA e na Europa ocidental são mais sofisticados do que na China e no Brasil, mas os mercados onde eles atuam é bem diferente”, acredita Dutta. “Então, em termos relativos, os desafios são bastante similares.”

por Jordana Viotto

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