Quem teria coragem de apostar na internet em 1995?


18/12/2005

Vejo em uma notícia reproduzida no site emarket, que dos 627 milhões de internautas existentes no mundo, 77% fazem algum tipo de compra pela web. Mais uma boa notícia para os varejistas online. No Brasil, entre os 30 milhões de usuários da Internet, 13% costumam utilizar o veículo como canal de compras, mas a expectativa é que esse número cresca 75% nos próximos dois anos passando de 4 para 6,8 milhões de compradores online em um total de 34 milhões de usuários conectados. Números como esses e o próprio comportamento dos usuários de internet fazem com que a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico estime que o faturamento em torno das vendas online de Natal no Brasil, este ano, fique pelo menos 50% maior que o do ano passado e chegue a R$ 550 milhões em vendas. No ano passado as compras de Natal na internet cresceram quase 40% em relação a 2003.

Por isso tudo, as lojas virtuais estão se preparando freneticamente para o Natal. Em algumas os estoques chegam a aumentar em 100%, segundo informações do Sebrae. Além das compras online, a internet está se tornando responsável também pelo aumento das vendas no comércio tradicional. Recentemente, o diretor da Camara-e.net, Cid Torquato, informou que para cada compra realizada na web, outras seis transações feitas em lojas e shoppings presenciais são diretamente influenciadas por pesquisas e comparações de preços feitas na internet.

Esses dados atestam o amadurecimento do mercado de internet e mostram que os negócios na web e a utilização da internet para outras finalidades também, vão atingir, em breve, níveis expressivos.

O desenvolvimento do comércio eletrônico também está ligado ao acesso da população à banda larga, seja nas residências, empresas ou mesmo em cyber cafés. Outra razão que começa a motivar as pessoas a comprarem online e leva novas empresas a investirem nesse formato de comércio é o aumento na utilização da publicidade online pelas empresas e agências, motivado pelos resultados que o meio proporciona.

Sem dúvida, estes não são os primeiros bons resultados do mercado publicitário na internet. Em outros períodos, formatos diferentes trouxeram resultados significativos tanto no que se refere à visualização como geração de vendas. O banner já foi rei e o e-mail marketing, apesar da enorme polêmica em torno do spam, gera muitas visitas e compras, apesar de, em alguns casos também causar efeitos prejudiciais por causa da má impressão causada. Apesar disso, muitas informações mostram que o e-mail marketing limpo (o opt-in), e mesmo o spam, geram resultados significativos. O custo de campanhas de e-mail pode ser ainda menor que os outros formatos online e, além do mais, se não desse resultado, não seria tão utilizado. Os resultados estão aí para serem avaliados. Por isso tudo, os níveis de utilização do e-mail como meio publicitário estão causando prejuízos, principalmente aos provedores de internet.

Os resultados apresentados por algumas das maiores empresas de internet, como o Yahoo e o Google, por exemplo, demonstram que a publicidade na internet é, cada vez mais, um negócio em alta e em progressivo amadurecimento. Ninguém tem mais medo de afirmar que o meio é competitivo e eficaz e uma forma garantida de captar visitantes com potencial para se tornarem clientes.

Toda esta afirmação do mercado de internet, que traz cada vez mais benefícios para sites institucionais, promocionais e de vendas, desenha um horizonte otimista a médio prazo. E isso é uma recompensa para aqueles que tiveram que suportar longos anos avistando escassas luzes no horizonte. Desde vários anos atrás, quando a internet iniciou no Brasil como uma promessa mas não se afirmou, muitos desistiram há bastante tempo. Outros mais visionários (ou loucos) continuaram apostando, apesar da realidade insistir em mostrar outras verdades. Agora está chegando a hora de colher frutos. Quem apostou bem, vai se dar bem.

Ricardo Prates Morais é editor da emarket News e consultor da emarket (www.emarket.ppg.br), agência de marketing e publicidade online.

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