Eu google, tu google, ele google

Há quase cinco anos, publicamos conteúdo relacionado ao mercado de internet no nosso site. Tentamos selecionar ao máximo as notícias e artigos de forma que atendam alguns requisitos editoriais que definimos. O objetivo traçado desde o início foi mostrar a internet e suas vatagens como meio de comunicação, educação, lazer e, principalmente, negócios. Certamente, sempre buscamos mostrar informações positivas sem, entretanto, nunca nos eximir de dar visibilidade também a notícias que eventualmente poderiam ser negativas.

No decorrer da semana, planejando sobre o que trataria na coluna, um fato me chamou a atenção. Por coincidência (ou não – é isso que vamos ver mais abaixo), entre os textos que selecionamos previamente 30 ou 40% dizia respeito ao gigante da internet mundial, o Google. Observei também que, além de diferentes fontes (portais de notícias brasileiros e internacionais, sites de jornais brasileiros e colaborações de jornalistas) as diversas notícias tratavam sobre assuntos diferentes entre si, mesmo que várias fazendo referência ao Google. Essa questão me fez refletir sobre essa grande empresa, suas alternativas atuais e futuras, sua presença, abrangência, domínio de mercado e valorização da sua marca e ações.

O Google é na internet, por exemplo, o que a Coca Cola é no ramo de bebidas. Você pode até não gostar ou não usar, mas sabe o que é.

Criado na Universidade de Stanford por dois estudantes de ciência da computação, Sergey Brin, russo, 23 anos e Larry Page, americano e com 24 anos de idade, o sistema chamado BackRub ganhou alguns aperfeiçoamentos e em 1998 a ferramenta ganhou o nome de Google e a empresa Google Inc. foi fundada. Quando isso aconteceu, a equipe da empresa saiu da Universidade de Stanford (mantinham os computadores que rodavam o Google em seus dormitórios) e foi para a casa de uma amiga dos fundadores do Google. Daí em diante a trajetória do pai dos sites de busca traçou um caminho rumo ao sucesso inevitável com velocidade meteórica para se tornar o sistema de busca de maior utilização no mundo todo. Em 1999 o Google já respondia por 500 mil consultas diárias e em 2005 atingiu a incrível marca de 60 bilhões de páginas indexadas.

Mas não vamos retroceder muito no tempo, meu objetivo é mostrar alguns fatos atuais que atestam a posição que o Google alcançou. Vamos aos fatos da semana que passou:

– O Google Base fez sua estréia na web. O serviço, lançado em versão beta, permite a qualquer um colocar gratuitamente todo o tipo de informação – de receitas culinárias a pequenos anúncios -, na forma de texto e imagens, no banco de dados do sistema de buscas. Dependendo da relevância do documento, ele pode ser fruto de pesquisas no Google Search, Froogle ou Google Local.

– Também o recém lançado Google Analytics, diz de onde vêm as visitas, que links e páginas são mais vistas por eles e o tempo em que permanecem em cada uma delas, será integrado ao AdWords, o que permitirá aos anunciantes calcular quanto pagam por cliques em suas propagandas e qual é o seu retorno. O recurso vai sevir também para rastrear e-mails e uso de banners.

– A Americanas.com e o Google estão juntos na internet. A loja virtual oferecerá a um grupo especial de clientes a versão beta da ferramenta Google Search Appliance. Comprovada sua eficiência, ele será liberado para o público em geral. O Search Appliance permite pesquisas em até 500 mil documentos. Em sua licença mais avançada, uma caixa composta por hardware e software, esse número chega aos 15 milhões. Parte da atual receita do Google vem do Search Appliance, que é vendido a grandes companhias por preços que vão de US$ 32 mil a 500 mil dólares.

– O Google continua a apostar na expansão dos seus serviços e lançou um programa de afiliados para conseguir mais utilizadores. O novo sistema de afiliados é dirigido a sites que participam na rede AdSense do Google. Os sites que utilizam o serviço AdSense disponibilizam publicidade paga dividindo os lucros com o próprio Google. Agora os mesmos sites poderão ajudar a divulgar o serviço AdSense e se conseguirem adesões de novos utilizadores irão receber um determinado valor.

– O Google parece não se contentar com seu domínio online. Um convite em uma de suas páginas revela que o líder dos sistemas de buscas está estendendo seus tentáculos ao mundo real, com um novo serviço chamado Ads Publication, semelhante ao Ad Words, mas voltado para a mídia impressa. No site da novidade é possível criar pequenos anúncios e escolher o veículo em que eles serão publicados.

E é por essas e outras que chegamos talvez a principal notícia da semana sobre o Google, publicada ainda hoje (18/11/05) no Estadão:
– As ações do Google superaram nesta manhã US$ 400, mais de quatro vezes o preço de venda inicial ao público dos títulos, que foram lançados ao mercado a US$ 85 em agosto do ano passado. Na manhã de hoje as ações da companhia subiam US$ 4,15 ou 1% a US$ 402,3, com o que sua valorização de mercado se aproximava aos US$ 117 mil, mais que o dobro do seu rival Yahoo.

Vamos a mais alguns números do Google:
– 109 bilhões de dólares é o seu valor de mercado na bolsa, mais que Oracle, Time Warner e Coca-Cola
– 5,2 bilhões de dólares foi o faturamento nos últimos 12 meses. O Yahoo!, seu concorrente direto, faturou 4,8 bilhões
– 437.000% foi o crescimento das vendas nos primeiros cinco anos, um dos maiores em toda a história dos negócios

Gmail, Froogle, Blogger, Orkut. Ufa! É preciso ter fôlego. Muito fôlego.

Tudo isso em menos de dez anos.
Se Coca-cola é sinônimo de refrigerante ou Gilette é o nome que se dá a qualquer barbeador, podemos dizer que internet é google. Se alguém falar em internet, vai ter que falar em Google.

Ricardo Prates Morais é editor da emarket News e consultor da emarket (www.emarket.ppg.br), agência de marketing e publicidade online.

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