Pré-candidatos americanos fazem debate pelo YouTube

25/07/2007

No debate de ontem, entre os pré-candidatos Democratas à presidência dos EUA, o público testemunhou o encontro de dois gigantes. E não falo de Barak Obama e Hillary Clinton, principais concorrentes do partido de oposição. Me refiro à CNN e ao Google – encarnado na pele do You Tube. Eles se uniram para criar um novo formato de debate, com perguntas de pessoas normais, postadas no famoso compartilhador online de vídeos e respondidas ao vivo pelos candidatos.

Na teoria, o formato é muito participativo, muito moderninho, muito “cool”. Mas na prática não é lá nenhum vídeo da Ciccarelli. As perguntas vêm do público mas passam pela seleção dos organizadores do debate, o que não neutralizaria hipóteses especuladoras, caso existissem. E estas questões, em muito pouco, ou nada, diferem das que um bom jornalista faria, como no debate convencional que a própria CNN apresentou, semanas atrás. Tudo bem, o formato personaliza as perguntas, dá rosto às argumentações. Mas de que adianta isso se os candidatos já chegam armados de respostas pré-fabricadas para todos os assuntos?

De qualquer maneira, as eleições de 2008 – a primeira do YouTube – marcarão a introdução definitiva do território virtual como importante campo de batalha das urnas. E isso não se dá apenas graças ao formato do debate de ontem. Há meses os candidatos vêm se beneficiando dos vídeos na web como ferramenta de campanha. Não só por aqueles criados pelos seus comitês oficiais mas também, significativamente, pelos produzidos por seus simpatizantes, como a Obama Girl. As campanhas políticas deixaram de ser controladas apenas por seus candidatos. Essa sim é a grande revolução introduzida nesta disputa entre políticos. Quem ganhou o debate presidencial ontem? O Google.

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