Oportunidades de negócios na internet


30/11/2003

Muito se fala sobre as perspectivas de se montar um negócio na Internet. Mas, efetivamente, que tipo de negócio se aplica melhor a esse novo canal de comercialização, e como identificar um bom nicho para se investir? Uma pesquisa sobre 50 segmentos de negócios na Internet, elaborada para o site ABCcommerce nos permite tirar algumas conclusões sobre esse mercado.

Muitos sites, pouca eficácia. Na maioria dos segmentos analisados foi detectada uma grande quantidade de sites, porém foram encontrados poucos que realmente pudessem ser enquadrados em padrões de eficácia. Entre outros atributos, entendo como um site eficaz aquele que possui uma definição clara dos produtos oferecidos e mostra isso logo na primeira página; que oferece uma navegação objetiva que leva rapidamente o visitante a realizar a compra, ou outra ação desejada; e que possua um bom texto e uma boa apresentação visual. Na maioria dos segmentos foram encontrados poucos sites com essas características. É importante ressaltar que a pesquisa não analisou setores já ocupados por grandes varejistas como Submarino, Americanas, Siciliano, entre outros, uma vez que o objetivo foi detectar nichos de mercado que pudessem ser explorados por novos empreendedores.

Poucos sites especializados. A estratégia mais indicada para uma entrada bem sucedida no mercado é a especialização em determinado nicho de mercado, mas a primeira vista, a maioria das empresas tem dificuldade em se concentrar em apenas um segmento. Durante algum tempo, com a Internet no Brasil ainda incipiente muitos nichos eram realmente inviáveis pela ausência de público alvo. Mas atualmente com o número de internautas no Brasil se aproximando de 20 milhões, isso faz cada vez menos sentido. Para citar apenas um exemplo, o segmento “Turismo Especializado em 3º idade”, considerado na pesquisa como um setor de enorme potencial, não apresentou um site sequer que fosse realmente especializado. Foram encontradas agências de turismo que atendiam esse tipo de público, mas que também faziam turismo ecológico, rural, estudantil, religioso,.. e qualquer outra coisa que se queira. Essas empresas poderão eventualmente ser boas em tudo, mas nunca serão as melhores em nada. E na Internet, ser reconhecido como o melhor em algo é fundamental.

Uso limitado do potencial da rede. Aparentemente, boa parte dos sites tinha como objetivo “estar na Internet” e não transformar a rede em um forte canal de comercialização. Foram encontrados muitos sites institucionais com divulgação da empresa e de seus produtos, inclusive de empresas já bem conhecidas no mercado tradicional. A sensação de um consumidor que visita um site, gosta dos produtos e ao decidir comprar encontra um aviso “envie-nos um e-mail” ou “dirija-se a uma de nossas lojas” é, no mínimo, frustrante e essa foi uma ocorrência relativamente comum.

São inúmeras as oportunidades. Apesar do grande número de sites, os dados mostram claramente que existem muitos espaços a serem ocupados por boas empresas. É natural que seja assim. O e-commerce no Brasil tem apenas cinco anos, as empresas estão ainda se ajustando e aprendendo a extrair o máximo potencial da rede, numa espécie de reconhecimento do terreno. Para os empreendedores que estão planejando investir na Internet agora, esse é um quadro extremamente positivo. Existem muitos nichos inexplorados e muitos negócios interessantes a serem desenvolvidos nesse novo e riquíssimo canal de comercialização. Trataremos mais desse assunto no próximo artigo.

Dailton Felipini é Mestre em Administração pela FundaçãoGetúlio Vargas. Consultor e Professor de Comércio Eletrônicona Universidade Ibirapuera. Editor dos sites: www.e-commerce.org.br e www.abc-commerce.com.br

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