Governos discutem como melhorar infra-estrutura de tecnologia


18/03/2003

Troca de experiências e futuras parcerias: esse foi o tom de um encontro sobre governo eletrônico que aconteceu ontem no Consulado Britânico, em São Paulo. O evento contou com a presença de diversos representantes governamentais da América Latina, Caribe e Reino Unido.

O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento do Brasil, Rogério Sant’anna, está animado com as iniciativas bem-sucedidas do governo até agora – como a dos sistemas online de compras, responsável por uma economia de 25% nos gastos, o da Receita Federal, que já atinge 98% das declarações de imposto de renda feitas no País, além do sistema de votação eletrônica das eleições, que chamou a atenção mundial. Do total gasto com bens e serviços (que no ano passado somou uma quantia de R$ 14,2 bilhões), 5% foram por meio de pregões online. O objetivo é que esse percentual passe para 20%, até o fim de 2003, e para 40%, nos próximos cinco anos.

Mas o secretário sabe que vai ter de passar por muitos desafios para tornar o governo eletrônico eficiente para todos os lados. Ele deve resolver, por exemplo, a necessidade de aumentar o acesso da chamada “classe C” à tecnologia. Também deverá resolver os problemas dos altos custos dos serviços telefônicos e das conexões internacionais com os backbones locais, da dificuldade de acesso em localidades distantes dos grandes centros e da má distribuição dos provedores de internet pelos municípios – 90% deles não contam com provedores.

Sant’anna diz que haverá um esforço em aumentar o número de quiosques com interfaces simples e navegações intuitivas, aproveitar as tecnologias já existentes e também em difundir a política do software livre, o que deve diminuir a dependência do governo em relação aos fornecedores. Outra providência é aumentar a integração entre os portais já existentes.

Apesar de não haver uma previsão sobre quando isso vai acontecer, é possível que ocorra uma sobreposição dos portais já existentes, integrando os diferentes órgãos dentro de uma única interface. “Estamos estudando essa possibilidade”, explica o secretário. Também estão na pauta fortalecer o relacionamento entre os governos, enfocar as políticas regionais e fazer o governo abrir-se à cooperação com outros países.

Nesse contexto, o Reino Unido deverá ter papel importante. Segundo o secretário, os países já estudam um projeto em conjunto. Para o e-Envoy (cargo equivalente ao de secretário de TI do Ministério do Planejamento) do Reino Unido, Andrew Pinder, apesar de país ter um dos mais avançados governos eletrônicos do mundo, há muito o que aprender com o Brasil, principalmente no que se refere a eleições eletrônicas e sistemas de e-procurement.

Para o secretário britânico, há uma grande necessidade de se aprimorar a infra-estrutura que oferece acesso à rede mundial. No Reino Unido, por exemplo, há muita oferta de telefonia mas ainda há carência pela banda larga. Uma alternativa de acesso, diz ele, pode ser a TV digital. Outro desafio é o de se conscientizar a população, não só britânica como também a brasileira e as de outras regiões, sobre as vantagens de se utilizar os serviços governamentais disponíveis na internet. (segue)

Rachel Rubin

Sites relacionados: www.britishcouncil.org.br e www.planejamento.gov.br

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