Qual é mesmo o nome de seu site?


08/05/2004

Por mais que tente, não consigo deixar de olhar para as coisas da Internet com olhar crítico. Dias atrás, trafegava pelas plácidas avenidas de São Paulo, quando fui ultrapassado por um furgão de entrega de flores de uma empresa da Internet. O nome do site em letras garrafais me lembrou da necessidade de enviar flores para alguém justamente naquele dia. Ao chegar ao escritório e entrar na Internet, tentei várias vezes digitar o nome correto do site e não consegui. Após várias tentativas, desisti e procurei uma floricultura qualquer no mecanismo de busca, o que resolveu meu problema, mas não resolveu o problema da empresa que perdeu uma venda. Somente mais tarde, me deparei novamente com o nome fujão, que era composto de palavras em inglês, no plural e com letras dobradas. A empresa acertou em cheio ao divulgar o nome do site em destaque no furgão, mas infelizmente não havia escolhido um nome fácil de memorizar. Fico imaginando quantas pessoas não vêem um anúncio de passagem e depois não conseguem se lembrar do endereço pela dificuldade de memorização daquela palavra.

Na mesma semana, recebi uma carta de uma empresa de saúde, comunicando a implantação de diversos serviços de suporte ao cliente em seu site. Registrei a preocupação correta da empresa em transferir serviços para internet e utilizar com mais ênfase todo o potencial desse canal, mas o nome do site… Veja só: “sulamericasaudeonline.com.br”! Haja fôlego para pronunciar o nome completo. Evidentemente não há necessidade de um nome assim tão extenso, é um convite para dificultar a vida do visitante potencial do site.

Igualmente problemático, é um nome curto mas que não diz absolutamente nada. Veja estes: “jlm.com.br”, “jlc.com.br”. “jlv.com.br”. São exemplos reais do uso de siglas para dar nomes a empresas, prática disseminada no Brasil e que contagiou também os endereços na Internet. Uma dessas empresas faz comunicação visual, a outra constrói casas e a outra desenvolve software. Até prova em contrário são empresas competentes, mas você saberia identificar qual nome pertence a quem, ou lembrar-se desses nomes? Para saber a resposta faça o seguinte teste: quando terminar de ler esse artigo, daqui a poucos segundos, tente escrever os nomes que acabei de divulgar. Talvez o nome represente as iniciais dos sócios, ou da razão social, mas isso não faz nenhum sentido para o cliente potencial, apenas dificulta sua memorização. É muito difícil construir uma marca em cima de nomes que não dizem nada. E se estiver passando pela sua cabeça o exemplo da marca IBM, esqueça. A empresa tem um século de existência, foi durante anos a rainha absoluta e onipresente na fabricação de computadores e já investiu incontáveis milhões de dólares para tornar essas 3 letras conhecidas. Não é o caso de 99,99% das empresas nascidas em meio a um oceano de marcas e nomes e que não possuem tantos recursos assim para investir em divulgação.

Uma marca é a presença de sua empresa na mente do consumidor. Uma boa marca vai facilitar a comunicação, a memorização e a associação de coisas boas que a sua empresa pode oferecer. Por outro lado, um nome ruim implica a necessidade de mais investimento em divulgação para atingir o resultado esperado. Agora, se a marca é importantíssima na comunicação com o consumidor, mais importante ainda é o domínio que além de ser a sua marca na Internet, será digitada, letra por letra pelo seu cliente potencial. Ela é a senha que coloca o seu cliente potencial dentro de sua empresa e se ele errar uma letra, nem sempre terá paciência para ficar procurando seu site. Vale a pena se preocupar com isso.

E mesmo para quem já possui um bom domínio registrado, cabe uma sugestão. É muito fácil registrar um domínio similar ao de sua empresa com apenas uma pequena letra a mais e é também muito fácil, hoje em dia, registrar um domínio exatamente igual ao de sua empresa com a extensão “.com”. A dica é: faça isso você mesmo antes que outros o façam. Registre o seu domínio também com a extensão “.com” e registre domínios similares ao seu. O investimento é ridículo se comparado ao risco evitado. Em nosso site, você encontra mais informações e indicações de livros sobre o assunto.

Dailton Felipini é Mestre em Administração pela FundaçãoGetúlio Vargas. Consultor e Professor de Comércio Eletrônicona Universidade Ibirapuera. Editor dos sites: www.e-commerce.org.br e www.abc-commerce.com.br

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