Internet vai absorver 40% da publicidade

04/01/2007

A Web 2.0 veio designar algo tão revolucionário e imponente como a Internet participativa e interactiva, em que se incluem serviços como o YouTube ou a Wikipédia. Este ano e os próximos são os da passagem do poder para os utilizadores. São eles quem vão organizar, escolher ou banir os produtos e a informação online. Carlos Coelho, especialista na criação e gestão de marcas, acredita que a mudança será tão significativa que 40% da publicidade vai estar na Internet num prazo de cinco anos.

A palavra foi criada por Tim O’Reilly em 2004, mas só ganhou visibilidade em 2006, com duas aquisições emblemáticas: a do YouTube pelo Google e a do Second Life pela News Corporation de Robert Murdoch. Estas operações vieram demonstrar que algo aparentemente tão simples como as plataformas de partilha de música, vídeo e fotos por parte de utilizadores são o negócio do futuro. A comunicação, os produtos e os serviços vão ter de girar à sua volta.

Pela primeira vez, há uma alteração do controlo. Passou-se da era dos produtores para a dos consumidores, explicou ao DN o especialista. Cerca de 50% dos conteúdos da Internet são feitos pelos próprios consumidores. São eles quem passa mensagens sobre as marcas e os produtos. Na mesma linha, Celso Martins, director técnico do Sapo, disse que a Web 2.0 surgiu de um comportamento dos utilizadores e não dos portais. É a revolução do povo. A realidade ainda é baseada nos conteúdos, que são ordenados e classificados em listas pelos utilizadores. A relevância é dada pelo consumidor, e serviços destes têm audiências maciças, impressões de páginas e rentabilizam a publicidade online.

A revolução colocou no topo o mercado online do eBay, a comunicação em qualquer parte do mundo através do Skype e até a experiência de uma nova vida no Second Life, espaço onde também se conhecem novas pessoas e se trocam experiências. Tudo isto vai obrigar a uma mudança radical na forma de comunicar, que passa de unidireccional para bidireccional. Um produto é promovido, vendido e distribuído através da Internet, e isso permite anexar anúncios. Mas é preciso aceitar a opinião do consumidor. A Web 2.0 permite uma melhor observação do mercado, que antes era pouco credível, disse Carlos Coelho. Nas novas plataformas, os produtos podem ser testados, havendo um aumento das versões beta. A Toyota até tem um carro virtual para ser testado, disse.

Os marketeers vão ter de alterar os modelos tradicionais e passar à era interactiva. Há uma enorme oportunidade na Web 2.0. Os targets são múltiplos e as formas de comunicar também terão de ser. Como os conteúdos são gratuitos e as mensagens partilhadas, Carlos Coelho acredita que o ideal é combinar a informação dos consumidores com a de especialistas. As mensagens, que antes eram impostas, passam a ser vistas onde se estiver e quando se quiser. A entidade reguladora da Net serão os próprios consumidores.

Diana Mendes

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