Inflação é menor no mundo virtual


22/02/2005

Um dos principais desafios da equipe econômica é manter a inflação sob controle. O Banco Central apertou a política monetária e, nos últimos seis meses, elevou a taxa básica de juros (Selic) para os atuais 18,75% ao ano. Tudo para não ficar tão distante da meta central de 5,1% para a inflação em 2005. No entanto, pelo menos um índice ficou dentro da tão sonhada meta. O e-flation, que mede a inflação no consumo on-line, foi de 3,2% no ano passado, menos da metade do índice dito “real”.

Entre as explicações para o fenômeno, estão a forte competitividade do comércio eletrônico e o instrumento da pesquisa de preços, mais fácil, rápido e sem custos para o internauta. Além disso, é importante ressaltar que a cesta de produtos que compõem o IPCA e o e-flation é diferente. No índice virtual, não entram mercadorias como arroz e feijão ou sabão em pó. As variações de preços são calculadas com base nos 86 produtos mais vendidos na internet, incluindo CDs, DVDs, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e livros. O e-flation começou a ser calculado em janeiro do ano passado pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), conveniada à Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo.

Segundo um dos coordenadores do Provar, Luiz Paulo Fávero, a forte competitividade do setor ajuda a manter a inflação em um patamar mais baixo. “Na internet, há muitas empresas novas, com políticas agressivas de preço. Com isso, as mais antigas têm que baixar os preços para competir. Essa é a lei do mercado virtual”, afirma.

Além disso, explica o especialista, o consumidor virtual tem à mão o instrumento da pesquisa de preços. “Diferentemente do mundo físico, onde pesquisar preços tem custo e toma muito tempo, na internet você pode comparar preços com alguns cliques no mouse. Isso ajuda a frear os preços”, explica Fávero, que também é professor da USP. Há sites que fazem uma pesquisa automática e indicam onde comprar determinado produto pagando o menor preço.

Marcelo Tokarski – Do Correio Braziliense

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