Começa a última fase da primeira revolução digital

03/09/2007 

Com a aceleração da inclusão digital em todo o mundo e com a chegada das novidades tecnológicas que mudarão o cotidiano dos cidadãos neste início de milênio, estamos entrando definitivamente na última etapa da primeira revolução digital. Este mundo multimídia, que já alterou os hábitos e atividades de quase todas as sociedades mundiais a partir da segunda metade do século passado, chega agora em uma etapa de consolidação através da democratização do acesso às ferramentas, da desburocratização de procedimentos e da convergência de tecnologias.

Esta última vem permitindo a extrema popularização do acesso a recursos tecnológicos através da concentração de recursos tecnológicos em um único aparelho. Caríssimos há 15 anos atrás, os aparelhos celulares (com recursos como rádio e câmeras fotográficas) já estão sendo distribuídos gratuitamente pelas operadoras.

Esta convergência tecnológica possibilita, por sua vez, a convergência de mídias, profetizada por estudiosos e técnicos no final dos anos 80 e já uma realidade na primeira década do terceiro milênio. Aparelhos celulares, por exemplo, já são mini Tv´s. Os aparelhos de televisão, por sua vez, recebem a programação de emissoras de rádio, exibem álbuns fotográficos e podem até servir como monitores de computador. Os Pc´s, por sua vez, reúnem rádio, tv, mídia impressa, telefonia, etc.

E nessa última fase da primeira revolução digital algumas novidades tecnológicas estão “na boca do forno” e devem alterar ainda mais nosso cotidiano dentro dos próximos cinco anos. Entre elas está a conexão ultra rápida de Internet, que possibilitará a navegação praticamente em tempo real. Ela é 125 vezes mais rápida que uma banda larga de 8 MB e simplesmente 17 mil vezes mais intensa que a dinossáurica conexão discada. Isso permitirá, por exemplo, baixar um filme de aproximadamente duas horas – com qualidade de DVD, em apenas 35 segundos. Esta tecnologia está em desenvolvimento, com roupagens diferenciadas na Inglaterra, Estados Unidos e em países asiáticos.

Outra novidade e já bastante pré-anunciada é a HDTV (High-definition television) ou simplesmente, televisão de alta definição. Trata-se de um sistema de geração televisiva com definição de imagem sensivelmente superior a sistemas tradicionais, como o Pal-M e o NTSC. Em alguns países da Europa a HDTV funciona em formatos analógicois mas chegará ao Brasil com transmissão digital, coincidindo com a instrodução, no país, da televisão digital (DTV).

E para quem acreditava que o mundo dos games estava em final de carreira com o esgotamento de todas as possibilidades, pode começar a rever seus conceitos. A indústria está acabando – ou elimindando ao máximo – com os jogos de múltiplas e infindáveis fases, popularizados pelo “Super Mário World” da Nintendo, na primeira metade dos anos 90. O motivo é um só: o mercado detectou que os novos usuários – em função da grande disponibilidade de recursos e atividades proporcionadas pelas novas tecnologias – tem o tempo para o lazer com jogos bem mais limitado que os usuários anteriores.

E no âmbito comercial brasileiro, outra novidade deve, em breve, desburocratizar as relações de compra e venda, simplicar a vida dos contribuintes  e facilitar o controle do fisco. Trata-se da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), projeto em desenvolvimento sob a supervisão do Ministério da Fazenda, que terá impacto na sociedade brasileira semelhante, ou até maior, ao provocado pela facilidade de emissão da declaração do Imposto de Renda pela Internet.

Depois dessas e outras novidades impactantes que ainda vão surgir (desenvolvidas por uma geração que participou efetivamente da implantação da tecnologia multimídia), o terreno estará preparado para o início da segunda revolução digital, que será protagonizada pela geração nascida a partir dos anos 90 e que conviveu desde seus primeiros dias em ambientes com estruturas e culturas adaptadas ao mundo digital. Esta revolução, sem dúvida, terá um impacto ainda maior. Quem viver, verá!


Alcir Abuchain é empresário em Campo Grande/MS e diretor técnico da Master Case Digital Business e da Lumo Sistemas

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