Empresas apostam mais em comunidades e comércio B2B

13/06/2007

Há cerca de oito anos, bem antes de Orkut Buyukkokten pensar no modelo de relacionamento do seu site, agregar consumidores e fornecedores em comunidades já emergia como uma boa idéia para os negócios, levando empresas brasileiras a utilizarem canais desse gênero em cerca de 14% para se relacionarem com seus públicos.

O que se pensava, na época, que esse poderia ser o grande mote para impulsionar as vendas e o relacionamento com clientes, mas logo a idéia não passou de fogo de palha, o que fez as empresas a voltarem seus esforços para modelos de integração mais tradicionais como ERPs, intranets e CRMs.

Hoje, a aposta volta a ganhar fôlego com o surgimento de canais como YouTube, Orkut e os blogs por aí afora. Segundo dados da 9ª pesquisa de Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro, realizada pela da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), divulgada hoje, as comunidades passaram a ocupar 26,67% das relações estabelecidas entre empresas e seus clientes e fornecedores.

As empresas estão começando a entender melhor o modelo e passam a tratar um pouco mais com comunidades. Talvez a tendência de grande sacada para negócios na internet se confirme agora nessa nova onda, diz Alberto Luiz Albertin, coordenador da pesquisa.

Apesar da aceleração, aplicativos de comércio eletrônico utilizados para relacionamento como Intranet, ERP e Extranet mantém-se no topo, com 86,23%, 85,10% e 58,15%, respectivamente.

Parte desse resultado se deve a mudança no foco prioritário estabelecido pelas empresas. Pela primeira vez, o relacionamento com clientes (4,68%) passa à frente de aspectos como privacidade e segurança (4,46%) nas transações no comércio eletrônico, sendo considerado mais importante a utilização do meio eletrônico para a interação com consumidores, com indicadores mais expressivos no setor de serviços (4,72%).

A pesquisa considerou 402 empresas, nacionais e multinacionais, que atuam no mercado brasileiro digitalmente.

A mesma pesquisa revelou também que as operações entre empresas (B2B) realizadas através de ferramentas de Comércio Eletrônico (CE) chegaram a 36,45% do valor transacionado em 2006.

O número representa um crescimento de 16 pontos percentuais em relação aos 20% de 2005. No ano passado, o total de transações B2B foi de US$ 86 bilhões. Nas operações negócios a consumidor (B2C), a participação foi de 12,71% do total de US$ 27 bilhões transacionados em 2006, um crescimento de mais de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa feita em 2005.

O nível de gastos e investimentos em CE, no entanto, não apresentou aumentos expressivos, atingindo a média geral de 1,11% da receita líquida das empresas, de 0,34% na Indústria, 1,04% no comércio, e 1,58% nos Serviços (incluindo bancos).

Na avaliação dos aspectos de CE, a preocupação com Privacidade e Segurança deu lugar ao Relacionamento com Clientes. Todos os outros itens, como Adequação de Produtos e Serviços, Alinhamento Estratégico, Sistemas Eletrônicos de Pagamento etc., também apresentaram crescimento, após uma queda entre 2004 e 2005. “A atitude das empresas aqueceu com relação à Internet, principalmente por conta da exposição na mídia”, explicou Alberto Luiz Albertin, coordenador do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (CIA) e do Programa de Excelência em Negócios na Era Digital (NED).    
 
Por Paula Pereira e Gustavo Brigatto

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