Papai Noel é cada vez mais virtual


25/11/2005

Pesquisa da empresa e-Bit aponta que as vendas pela internet deverão crescer 47% no Natal deste ano, chegando a R$ 420 milhões. O crescimento previsto está associado ao aumento da base de usuários. O uso de conexões de banda larga também pesa, uma vez que 85% das compras pela internet usam esse serviço

O consumidor vai usar mais a internet este ano para fazer as compras de Natal. A constatação é da empresa de pesquisa e marketing on line e-Bit, que prevê um faturamento de R$ 420 milhões referente às vendas realizadas no período de 15 de novembro a 23 de dezembro. A cifra é 47% superior à verificada pela empresa no mesmo período do ano passado, de R$ 284 milhões. Para o fechamento do ano, é esperado faturamento de R$ 2,5 bilhões, 42% a mais do que o R$ 1,75 bilhão de 2004. Os montantes referem-se a bens de consumo, sem considerar veículos, passagens aéreas ou sites de leilão.

O diretor geral da e-Bit, Pedro Guasti, informa que a expectativa de vendas maiores pela internet este ano está associada ao aumento da base de usuários. No fim do ano passado, a empresa verificou um total de 3,350 milhões de pessoas que compraram pela primeira vez, estavam repetindo a experiência ou já eram freqüentadores habituais. Para este ano, Pedro calcula que a base deverá subir para 4,5 milhões de consumidores virtuais.

‘O uso cada vez maior da banda larga também favorece um aumento de vendas. Hoje, mais de 85% das compras pela internet são de usuários de banda larga. A pessoa fica mais tempo conectada e passa a usar a rede de forma mais complexa’, alega.

Pedro Guasti reconhece que no passado poucos queriam fazer compras pelo computador, com medo de informar o número do cartão de crédito ou outros dados pessoais. Hoje em dia, porém, ele alega que quem já teve a experiência faz o marketing boca-a-boca e contribui para fortalecer a internet como um meio de compra confiável.

Mas para ter credibilidade junto ao consumidor não basta que a loja virtual tenha sido indicada por alguém conhecido. A empresa precisa ser clara e transparente na hora de fornecer todas as informações sobre o processo de compra. Mesmo que o usuário esteja apenas levantando dados antes de tomar uma decisão. O cidadão deve fazer sua parte e verificar aspectos como o prazo de entrega, os custos do frete e se a empresa tem um telefone de contato.

Na disputa pelo mercado, a lógica é semelhante à do mundo real. As lojas virtuais mais novas precisam fazer um esforço dobrado para conquistar e manter a confiança do cliente. A Loja do Lar é um exemplo claro disso. Mesmo com cinco anos de existência, o Natal deste ano é o primeiro em que o diretor da empresa, Rogério Wilbert, tem previsões mais otimistas de vendas. ‘No ano passado não foi bom, porque não teve divulgação’, comenta.

Além de apostar mais na divulgação do seu portal de vendas, Rogério acredita que o comportamento do consumidor com acesso à internet, sobretudo nos grandes centros, também vai fazer a diferença este ano. ‘Uma pessoa que vive em São Paulo, por exemplo, vai preferir comprar com mais facilidade, em vez de enfrentar o tumulto dos shoppings e a loucura do trânsito’, alega.

Rogério observa ainda que não aposta na venda de CDs e DVDs pela internet, este ano. Ele argumenta que o segmento está em estagnação, uma vez que todos os portais oferecem esses itens. A tendência é confirmada por Pedro Guasti, que cita a pesquisa da e-Bit, referente a outubro. O levantamento mostra que o segmento continua líder em vendas, mas registra queda de 6%, a primeira desde o início das pesquisas da empresa, em junho de 2000.

‘É uma mudança de mercado, mas que só vai se consolidar no futuro. Nos Estados Unidos é possível comprar uma música e gravar CDs pessoais, enquanto no Brasil tem a questão da pirataria. Hoje, se você vai presentear no Natal, não vai comprar um DVD pirata, porque acaba nem pegando bem’, conclui.

Claude Bornélda Redação

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