Empresas privadas avançam nas cotações online via Web


06/02/2003

A prática das cotações online não traz resultados apenas para as empresas, mas é base de sustentação do faturamento dos portais privados independentes. “Trinta por cento de nossa receita vêm hoje do e-procurement”, revela Fernando Cardoso, presidente do Mercado Eletrônico (ME). Outros 30% vêm do commerce service provider (provedor de serviços de comércio eletrônico), em que o ME passa a operar soluções de e-business, inclusive portais exclusivos, sob o modelo de outsourcing. Os 40% restantes são resultado da realização de leilões reversos e uma série de outros serviços, como back-office, consultoria, atualização de dados dos fornecedores, meios de pagamentos e compras on-line.

Com esse formato, o ME encerrou 2002 com um faturamento de R$ 6 milhões, atingindo o ponto de equilíbrio operacional a partir do mês de junho e encerrando o ano com cerca de 3,2 bilhões em negociações fechadas. “Estamos muito otimistas este ano, que começou com o mercado aquecido. É um momento de consolidação do setor, não só do negócio em si como dos próprios portais. Devemos ter novidades nesse sentido”, avisa Fernando Cardoso.

A prioridade do ME para este ano é manter um crescimento sustentável e com rentabilidade. “Temos como meta um faturamento de R$ 9,5 a 10 milhões em 2003, sempre com fluxo de caixa positivo”, diz Cardoso.

O ME trabalha atualmente com 68 funcionários. Entre seus clientes que atuam no modelo de commerce service provider estão Brasil Telecom, Eletropaulo e Grupo Accor (portais de compra junto aos fornecedores), e o CPortal, da Ambev e Souza Cruz, de negócios junto aos distribuidores varejistas. Fundado em 1994 por Eduardo Nader, hoje um dos sócios, o ME tem como parceiros o fundo CVC, formado por GP Investimentos e Banco Opportunity, mais um grupo de pequenos investidores.

Essa integração para a frente na cadeia de valor, sempre marcada por duras negociações entre indústria e varejo, continua sendo um dos maiores desafios dos portais privados independentes, como Mercado Eletrônico, Tradecom e Transora – os maiores do mercado nacional.

Resultado dos investimentos de 56 grandes empresas, como Coca-Cola, Univeler, Nestlé, Pepsico, Sara Lee, Colgate-Palmolive, Danone, Kraft/Nabisco, Gillette, Procter & Gamble e Grupo Bimbo (pão Pulmann), o Transora foi fundado em 2000 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil no final de 2001, via esforços de sua fundadora e presidente, Judith Sprieser, ex-chief financial officer (CFO) da Sara Lee, junto a empresários brasileiros.

“Começamos com e-procurement e o desenvolvimento de portais – os marketplaces privados”, recorda Luiz Martins, diretor-geral para a América Latina. Em 2002, o Transora movimentou cerca de US$ 100 milhões em transações no País. Depois das cotações on-line, vieram os leilões reversos e as compras ditas fechadas (fora dos leilões).

O próximo passo é o lançamento, neste mês de fevereiro, de um portal para relacionamento com os varejistas, montado com plataforma Ariba e catálogo i2/Aspect (dois fornecedores de tecnologia do Transora, ao lado da e-Breviat, empresa on-line da consultoria A.T. Kearney).

“Montamos um projeto piloto com a Associação ECR, as indústrias Unilever, Procter & Gamble, Nestlé e Colgate, mais o supermercado D’Avó.

A idéia é estreitar o relacionamento com base na criação de uma nova plataforma formada por um banco de dados entre os dois segmentos e um software desenvolvido por nós com uma série de atributos (237 itens) que trarão desde o nome do produto até todas as suas especificações. Um por cento de todas as operações de compra traz erros por conta da desatualização dos cadastros”, diz o executivo.(segue)

InvestNews – Gazeta Mercantil

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