Webcams transportam visitantes virtuais


04/02/2005

Para encontros pessoais que vão além da troca de e-mails e sms, nada é mais rápido e mais revelador do que o vídeo chatting, como está sendo chamado. Usando mini-câmeras portáteis, as pessoas podem ver e serem vistas por amigos e estranhos virtuais que são convidados a conhecer a casa.

O vídeo chatting existe há alguns anos, mas se tornou comum e popular graças a um número crescente de provedores de serviço, rápidas conexões de internet e novas câmeras que variam no preço entre US$ 12 e US$ 16.000. Em dezembro, o MSN, portal online da Microsoft, computou uma média diária de sete milhões de sessões de vídeo chatting, acima dos cinco milhões em maio de 2004, de acordo com Logitech, um dos maiores fabricantes de webcams.

Essa nova tecnologia levanta questões sobre quanto de nossas vidas privadas nós queremos que os outros vejam. “As pessoas vão se perguntar: ‘eu tenho que me arrumar? Devo colocar uma gravata?’” disse Chris Lindquist, editora de tecnologia da revista CIO , uma publicação de informações para executivos de tecnologia. “Será confuso”.

Aqueles relutantes em aparecer diante das câmeras, não devem receber bem tal intrusão. Mas outros devem abraçar a oportunidade, seja para comparecer a uma festa de natal ou para assistir um jogo com um amigo numa cidade diferente.

“Com duas crianças pequenas, é difícil sair com os amigos”, disse Burns, que mora em Somers, NY. “Eu provavelmente assistirei o Super Bowl com meu amigo em Pensilvânia, usando a webcam”.

Thomas Y. Levin, professor da Universidade de Princeton que estuda cultura e tecnologia, disse que o desejo de aparecer no vídeo num chat é “puro narcisismo”. Com as imagens não manipuladas e não filtradas da tela de vídeo de chats, Levin diz, “a vida na webcam se torna uma experiência excitante”.

A maioria dos vídeos chattings acontecem entre pessoas que já se conhecem. Mas estão surgindo sites que juntam pessoas que participam de vídeo chattings. Um deles, www.chatfinder.com, o site onde encontrei Burns, foi criado em 2003 por Robert Payne de Charlotte, Carolina do Norte, na época com 15 anos de idade, e Steffan Harris, com 14, que vive em Lampeter, Gales. (Eles nunca se viram pessoalmente).

Atualmente, o site tem cerca de 20.000 membros que publicam perfis num formato similar àqueles dos sites de encontro da internet, de acordo com Bob Payne, pai de Robert, que gerencia a companhia. Depois que os membros trocam pequenas mensagens para se conhecer, as câmeras são ligadas. Payne checa todos os perfis quando eles são submetidos e monitora todas as mudanças feitas pelos membros.

Vídeo chatting não é só para conversas a dois. James Phelan, um programador de computador em Nova York, achou que seria divertido transmitir a ceia de natal que sua amiga Jessica Colter deu em seu apartamento no Brooklin, por um site da web, criado só para a ocasião. Os anfitriões convidaram seus amigos de Nova York, mas dessa vez também incluíram conhecidos que moram em outros lugares.

Como muitos dos que participam pela primeira vez de vídeo chatting, Colter estava um pouco desconfortável em convidar estranhos para assistir sua festa. Mas no final da noite ela já estava gostando da novidade.

Um dos convidados até fez um show de strip improvisado para as câmeras. “A webcam acabou sendo algo melhor para descontrair do que álcool”, disse Colter.

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