Operadoras de tevê por assinatura ampliam serviços de internet, tevê e voz

12/04/2007
 
Triple play são duas palavras e um conjunto de serviços que começam a fazer sentido para o consumidor brasileiro. Principalmente para os privilegiados residentes das regiões do País onde a transmissão de dados por banda larga, a voz e a tevê por assinatura (cabos, MMDS e satélite) chegam. Afinal, o conceito de triple play é justamente este, o de oferecer esses três (ou mais) serviços até a casa do usuário em plataformas únicas (e através de uma mesma conexão) ou em parcerias comerciais em que as tecnologias são separadas, mas a voz, dados e vídeos chegam na casa do cliente do mesmo jeito.
 
Com foco no consumidor final, as operadoras de telefonia fixa e as emissoras de tevê a cabo têm promovido um debate aberto usando a mídia e eventos setoriais para se acusarem mutuamente sobre quem tem direito em oferecer o triple play, especialmente o pacote de tevê, já que esse é o principal motivo da discórdia.
 
De um lado, as operadoras de telefonia fixa (e móvel) que estão agregando vídeos on demand e transmissão de tevê aos seus pacotes, e do outro, as empresas de tevê por assinatura, que também já estão vendendo banda larga e voz (telefonia), além de querem exclusividade na oferta de conteúdos televisivos. Como juízes, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que têm sido chamados seguidamente para mediar essa briga.
 
Muitas definições ainda estão amarradas a legislações específicas que regem as telecomunicações e a radiofusão, mas que se tornaram superadas diante da necessidade da convergência tecnológica. Para o consumidor, aparentemente despreocupado com essa disputa, é importante saber que será a partir do resultado desse embate que ele terá produtos mais confiáveis e de qualidade e a preços mais competitivos, além de maior alcance dessa tecnologia em regiões mais remotas.
 
Enquanto isto não acontece no papel (e no Congresso), na prática, a oferta de múltiplos serviços de dados, voz e vídeos/tevê está crescendo e se diversificando graças à ousadia das empresas em não esperar pelo governo e legisladores para decidir o que fazer.
 
A Net Serviços é a pioneira no triple play no País em uma única plataforma, cuja tevê, internet de banda larga e voz chegam à casa do consumidor pelo cabo. “Somos os únicos com plena convergência de plataforma e serviços”, destaca o diretor executivo corporativo da Net Serviços, André Borges. Em abril do ano passado, a Net lançou a última perna do seu triple play, o Net Fone via Embratel – e, agora já conta com cerca de 200 mil assinantes que também têm os outros pacotes de tevê e banda larga.
 
“O Net Fone via Embratel e todas as suas vantagens de custos zero dentro da mesma cidade, ou com preços reduzidos para chamadas de fixo para fixo entre outras cidades, eu ofereço dentro da rede da Net. Fora dela, a voz passa pela rede comutada da Embratel”, explica Borges.
 
A TVA, do grupo Abril, foi a primeira a lançar a tevê digital via cabo em 2004 e no ano passado digitalizou sua rede MMDS (transmissão por microondas de rádio) em São Paulo e agora concluiu o processo no Rio de Janeiro. A empresa opera em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Curitiba, Foz do Iguaçu, Florianópolis e Camboriú (SC) e também oferece tevê, banda larga (AJato e Speedy, este em parceria com a Telefônica) e telefone pelo TVA Voz.
 
Em outubro de 2006, a Telefônica e o grupo Abril anunciaram acordos para a venda das operações em MMDS da TVA (já que não existem restrições ao capital estrangeiro para esse tipo de tecnologia) e de 19,9% das operações por cabo (estas sim, com restrições ao controle pelo capital estrangeiro impostas pela Lei do Cabo).
 
Bárbara Oliveira

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