O seu site é somente institucional ou também gera negócios?

23/02/2008

Na semana que passou li que finalmente o Ibope vai passar a incluir a propaganda online na lista das mídias auditadas durante o próximo ano. Até o momento, o levantamento considera apenas meios tradicionais, além do cinema que foi incluído neste último estudo. A notícia, que é positiva por um lado, me deixou ao mesmo tempo perplexo. Pasmem! O Ibope mede os investimentos em publicidade no cinema e não leva em conta a publicidade na internet. Eu, particularmente, acho um absurdo. Há pelo menos 4 anos as empresas vêm aumentando os investimentos em marketing digital. Isso no Brasil, é claro, porque na Europa e nos EUA essa história já é antiga. Ano após ano vemos os investimentos publicitários na internet aumentarem significativamente. E só agora a internet conseguiu "seduzir o Ibope" conforme diz a manchete da notícia. Em 2007, o setor de mídia online movimentou R$ 500 milhões no Brasil, cerca de 2,7% do bolo publicitário. A expectativa é que em 2008 o share chegue a 4,5%. Na Europa as pessoas já usam mais a internet do que a televisão e no Brasil, entre os mais jovens, isso também já ocorre. E os anunciantes, é claro, estão atentos a isso. Mas o Ibope e também muitas agências de publicidade não sabiam disso.

 Hoje, ao receber uma newsletter que assino, duas manchetes me chamaram a atenção pela contradição do seu conteúdo. Uma dizia que uma enquete concluiu que os sites proporcionam apenas resultados institucionais às empresas, conforme opinião de 44,35% dos leitores que responderam a enquete. Apenas para 23,39%, o site da empresa gera mais resultados, como vendas ou fechamento de negócios.
 
A outra informação do mesmo boletim era que a Gol terminou 2007 com crescimento de 15% nas vendas de passagens pela internet. O resultado foi de R$ 4,3 bilhões ou 80% de suas vendas brutas. Só no último trimestre de 2007, o site da empresa recebeu mais de 13 milhões de visitantes únicos, 23% a mais que o mesmo período de 2006. Nada mais natural para uma empresa que sempre enxergou a capacidade da internet de gerar vendas.
 
O comércio eletrônico já representa uma fatia importante no faturamento de muitas empresas. Dados da e-bit, empresa especializada em pesquisas sobre e-commerce, confirmam que o comércio eletrônico brasileiro vem crescendo 50% ao ano desde 2003 e em 2007 faturou cerca de R$ 6,5 bilhões (pouco mais de R$ 1 bilhão só no Natal).
 
Sei que estou falando da Gol e também é certo que grande parte desses bilhões de reais deve ter ficado concentrada em um seleto grupo de grandes empresas de comércio eletrônico. Porém é certo também que o mercado de pequenas empresas se interessa cada vez mais em ampliar suas vendas através de internet por diferentes razões, mas a principal delas talvez seja o baixo investimento necessário para que uma loja esteja 24 hs por dia de portas abertas.
 
Na verdade, os fatores que influenciaram na formação dessa opinião de que a internet não promove negócios ou vendas são fáceis de serem compreendidos. O Registro.br informa que ao final de 2007 são ao todo 1.231.000 domínios registrados. Mesalmente foram quase 20.000 domínios registrados no Brasil. Nestes números não estão incluídos domíinios ".com", apenas os domínios com ".br". Se fosse possível visualizarmos todos os sites publicados no Brasil, garanto que a grande maioria tem enormes deficiências e dificuldades. São sites com layout muito modesto (ou mesmo sem layout em muitos casos), sites pobres de conteúdo e informação, sites com imagens e animações muito pesadas, sem uma estrutura de menus, links e navegação adequada, sem um estudo de cores, sem interatividade (nem ao menos uma newsletter para enviar aos usuários), sem formas de contato para solicitação de informações, orçamentos ou mesmo vendas. E o pior: sites que ninguém conhece. Sites que não aparecem nos sites de busca, que não são divulgados através de banners ou e-mail marketing, não podem ter audiência e portanto não podem vender. Ah! Sem falar naquelas empresas que demoram uma semana para responder uma mensagem ou às vezes nem isso.
 
Em 2007, o setor de mídia online movimentou cerca de R$ 500 milhões e a previsão é de aumento entre 80% e 100% este ano, acompanhando o crescimento das empresas virtuais. Eu aposto que esse pessoal está vendendo. 

Amigo empresário, faço um desafio. Corrija todos esses erros no seu site, invista mais em relacionamento com o seu público e em ações de publicidade e marketing, e vamos ver se o seu site não vai vender. Garanto que você vai se surpreender e que na próxima enquete sua resposta não vai ser mais a mesma.

Ricardo Prates Morais é consultor em web marketing da agência emarket e editor da emarket News e do blog Publicidade na Web.

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