O comércio eletrônico B2B

27/08/2006

Embora não seja tão comentado quanto o varejo on-line, o comércio eletrônico entre empresas também tem registrado um excelente desempenho no Brasil. Pesquisas realizadas pela empresa E-Consulting apontam que as transações eletrônicas B2B  totalizaram R$ 267,6 bilhões em 2005, valor 37% maior do que o movimentado no ano anterior. É um crescimento similar ao apresentado pelo  comércio eletrônico B2C, que se expandiu 43% no mesmo período, e excelente no contexto da economia brasileira cuja taxa de crescimento patina ao redor de 2%  já há vários anos.

A pesquisa da E-Consulting indica que cerca de 80% do valor transacionado, em torno de R$ 212 bilhões, referem-se a negócios realizados em portais privados, ou seja, por empresas que possuem seus próprios sistemas de gerenciamento de transações eletrônicas com fornecedores, distribuidores, representantes e clientes. Os 20% restantes referem-se às empresas que utilizaram portais de terceiros, os chamados market-places eletrônicos, ou bolsas eletrônicas, que oferecem toda a infra-estrutura necessária de hardware,  software e também mão de obra. Nas duas situações, a realização de transações eletrônicas entre empresas, normalmente, envolve: o cadastramento e validação dos participantes aptos, a execução do procedimento de venda. que pode ser por meio de licitações, leilões ou catálogos, o fornecimento de relatórios sobre transações realizadas, além dos recebimentos e pagamentos. A diferença é que no caso da terceirização essas atividades são executadas por terceiros que recebem uma taxa ou comissão pela prestação  desse serviço.  

Exemplos de transações eletrônicas realizadas entre empresas.

–  A empresa compra  ou vende produtos para outras empresas, utilizando a internet ou sua rede privada expandida, extranet.

– A empresa realiza licitação para escolha de sua fornecedora de suprimentos ou participa como uma candidata à fornecedora de suprimentos.

– Empresa realiza leilão para escolher a fornecedora de matéria-prima, nas condições solicitadas, ao menor preço; ou participa do leilão como candidata a fornecedora. Nesse método, chamado de leilão reverso, os lances vão sendo dados pelos participantes cadastrados até que se chegue ao menor valor final.

– Pequenas empresas compradoras, gerenciadas por um terceiro, unem-se para realizar compra conjunta de matéria-prima, em maior escala, obtendo, dessa maneira, expressiva redução de custo.  

O uso da Internet, nas transações comerciais com outras empresas é uma tendência tão natural que em, algum momento, não fará mais sentido se falar em comércio eletrônico B2B, uma vez que a quase totalidade das empresas estará utilizando esse novo canal para realizar suas transações em busca de maior produtividade. Benefícios tangíveis, como a redução de custos na realização de pedidos e no preço de matéria-prima, a maior agilidade nos procedimentos de escolha de fornecedores ou compradores, um maior controle  nos processos licitatórios e, conseqüentemente, a diminuição de erros entre outros, tornarão o comércio eletrônico B2B quase uma necessidade nos mercados competitivos. 
 

Dailton Felipini é Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e professor de Comércio Eletrônico  na Universidade Mackenzie. É editor dos sites: www.e-commerce.org.br  e   www.abc-commerce.com.br  e autor de quatro  ebooks  sobre Comércio Eletrônico.

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