NYT muda site para atrair público na web


05/04/2006

A edição eletrônica do The New York Times, a mais lida entre os jornais americanos, está de cara nova e ficou mais fácil de navegar. O novo desenho, que foi ao ar ontem, permite ao usuário ir direto ao que quer ler e/ou ver com um único clique. O nytimes.com tornou-se mais interativo e oferece agora não apenas textos e fotos, mas também vídeos, além de acesso direto a milhares de novas páginas sobre pessoas que são notícia, análises de temas e serviços.

A mudança foi programada para abrigar uma outra inovação emblemática da transformação que as tecnologias de informação estão impondo aos meios de comunicação de massa nos países industrializados. Desde ontem, os leitores do New York Times tradicional não mais encontram na seção de Negócios as seis páginas com preço de ações e outros indicadores econômicos.

Premido pela dupla necessidade de, por um lado, cortar custos de papel num jornal que, como quase todos os grandes diários americanos, viu o número de leitores cair e a receita de publicidade estagnar, e, por outro, acompanhar a migração dos leitores para a internet, de hoje em diante o Times publicará cotações e indicadores apenas na edição eletrônica, de segunda a sábado. As informações virão com mais detalhes e os leitores terão a possibilidade de selecionar apenas as que mais lhes interessarem, criando um espaço específico para isso na versão personalizada do jornal – o my.nytimes.com – um novo serviço também colocado à disposição. Os indicadores e cotações continuarão a sair impressos apenas no jornal de domingo.

“Nosso objetivo, quando começamos a redesenhar o jornal online, há um ano, foi tornar o acesso ao New York Times online mais fácil e mais útil”, disse Leonard M. Apcar, editor-chefe do nytimes.com, em nota aos leitores. As mudanças introduzidas na edição eletrônica tornaram-se inadiáveis no ano passado, quando o número de usuários do Times online – 1,4 milhão, em dezembro – superou pela primeira vez a dos leitores do jornal impresso – 1,1 milhão.

Embora a receita da edição eletrônica e dos outros serviços online tenha representado em 2005 somente 2% do faturamento de US$ 3,4 bilhões da New York Times Company, o jornal online e os 34 sites de serviços e publicações do grupo, que incluem o Boston Globe e o International Herald Tribune, são o negócio que mais cresce da empresa. Iniciado no ano passado, o serviço já atraiu 450 mil assinantes. Duas semanas atrás, Scott B. Meyer, o presidente da New York Times Company previu que o faturamento na internet deve superar US$ 100 milhões este ano.

A exemplo da esmagadora maioria dos 1.456 jornais dos EUA, o nytimes.com é um site aberto aos interessados em seu conteúdo noticioso. Mas cobra o acesso aos arquivos, aos colunistas, e às palavras cruzadas, que são consideradas as melhores da imprensa americana. Entre os diários de circulação nacional, apenas o Wall Street Journal, que se dirige a um público mais especializado, cobra pelo conteúdo eletrônico.

Site relacionado: nytimes.com

Paulo Sotero – Correspondente WASHINGTON

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