Motores de busca protegem privacidade

30/07/2007

Os maiores motores de busca internacionais estão a modificar as suas regras de armazenamento de dados pessoais. A Ask.com foi o serviço mais radical e vai deixar aos utilizadores a escolha de quanto tempo os dados pesquisados podem ficar registados. Através do programa AskEraser, quando estiver disponível no final do ano, o utilizador escolhe se quer eliminar de imediato os dados pesquisados ou se deixa a empresa registá-los durante um prazo máximo de 18 meses.

A Microsoft também anunciou que vai limitar a 18 meses as pesquisas efectuadas no serviço Live Search, excepto se os utilizadores comunicarem que pretendem esse espaço de tempo alargado.

Na prática, o que as empresas fazem é tornar anónimas essas pesquisas, removendo a associação de informação sobre o computador pessoal (o endereço de IP, que identifica o computador ou equipamento usado) ou identificadores únicos do utilizador e os termos procurados.

A Ask.com e a Microsoft emitiram mesmo um comunicado conjunto incitando outras empresas a imitá-las e a criar um conjunto de princípios sobre a privacidade dos utilizadores que possa ser adaptado a nível global.

O Google já em Junho tinha acedido a diminuir o prazo de arquivamento desse tipo de registos de dois anos para 18 meses, alegando que só assim poderia cumprir as regras europeias para a retenção de dados pessoais. A empresa está sob forte vigilância desde que anunciou a provável aquisição da Double Click, um gigante da publicidade online, que só deverá ser aceite pelas autoridades norte-americanas após a Google aceitar eliminar os registos de sites visitados pelos utilizadores. A Microsoft só este mês viu aprovada a sua aquisição da Quantive, concorrente da DoubleClick, anunciada em Maio.

Por último, também a Yahoo acedeu a encurtar os prazos de registo de dados pessoais dos seus utilizadores, assumindo que só o fará durante 13 meses.

Tanto o Google como a Yahoo declararam, no entanto, que apenas vão remover uma parte do endereço IP.

Em geral, as empresas gestoras dos motores de busca defendem que o armazenamento dos dados lhes permite analisar tendências, personalizar publicidade ou propor novos serviços. Podem igualmente defender-se de ameaças inesperadas, comparando com o tráfego normal registado ao longo dos anos.

Mas os perigos inerentes a esse armazenamento desmesurado é real. No ano passado, a AOL divulgou num site 650 mil registos de dados pesquisados que acabaram por ser relacionados com utilizadores individuais.

Na Europa, o Article 29 Data Protection Working Party, um grupo de trabalho que junta diferentes entidades de todos os países (Portugal é representado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados), vai analisar a questão dos dados pessoais registados nos motores de busca em Setembro e informar a Comissão Europeia, que deverá abordar o assunto em Outubro.|

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