Micros ainda não usam o comércio eletrônico

09/11/2007

O mercado eletrônico, cada vez mais crescente em todo o mundo, ainda não foi descoberto pelas micro, pequenas e médias empresas brasileiras. Dados das empresas de cartões de crédito, apontam que 85% do faturamento do e-commerce no Brasil é detido por apenas 20 empresas das 15 mil que realizam vendas online. No Nordeste, este tipo de comércio ainda é menos disseminado: a região tem de 6% a 8% de participação no total de negociações no país. A maior parte fica com o Sul e Sudeste. Estas foram algumas das questões debatidas no auditório do Sebrae RN em Natal, durante a quarta edição do ciclo de palestras sobre ‘‘Comércio Eletrônico para Micro, Pequena e Média Empresa’’.

O evento foi realizado pelo Sebrae e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, com o patrocínio da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Durante a manhã, foram realizadas palestras para um público de cerca de 130 pessoas sobre as potencialidades do mercado eletrônico e como as empresas podem fazer para se inserirem nesta nova realidade. À tarde, oficinas práticas mostraram aos empreendedores como se cadastrar em sites com o Google e o Buscapé. Este momento contou com a participação de 50 pessoas que ouviram atentas orientações dos representantes destes dois endereços de busca, além do e-Bit, Terra, Correios e Sebrae.

Descobrir um nicho de mercado para abrir uma loja virtual é um dos primeiros passos para quem quer levar seus negócios para a internet. No entanto, antes dele é preciso que as empresas mudem sua visão da rede como apenas um canal de divulgação. ‘‘Além de fomentarem o marketing de suas empresas eletronicamente, os empresários precisam olhar a internet também como parte do negócio’’, declara o consultor da Câmara de Comércio Eletrônico, Edilson Flausino.

Ele cita exemplos de sucesso de algumas empresas com as vendas online como é o caso das Lojas Americanas que, atualmente, têm os maiores faturamentos através do site Americanas.com. ‘‘Embora permaneçam com suas lojas, o endereço eletrônico vende mais que qualquer uma das filiais’’, explica. Outro caso é o da empresa Sack’s, especializada em perfumes e cosméticos de grandes marcas como Giorgio Armani, Dolce & Gabbana e Carolina Herrera. No início, os empreendedores chegaram a abrir quatro lojas em shoppings do Rio de Janeiro. Porém, perceberam que o negócio eletrônico que eles mantinham em paralelo possuía um custo menor e um retorno financeiro mais positivo. O resultado foi o fechamento das lojas físicas e um olhar mais apurado para o e-commerce.

Mesmo não tendo um levantamento específico sobre o comércio eletrônico no Rio Grande do Norte, Flausino acredita que o estado siga a tendência da região, mas acredita que haja um potencial de desenvolvimento muito grande. Ele exemplifica com a vocação turística da cidade. ‘‘Um turista que vem aqui, compra um produto local e demora a voltar, pode encontrar na internet esse mesmo produto se a empresa tiver um espaço virtual de vendas. O que as empresas precisam perceber são estas possibilidades que o comércio eletrônico oferece’’.

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