Internet expande o alcance das pequenas empresas


07/03/2006

A participação da tecnologia nas empresas ocorreu do topo para a base. Dos telefones aos computadores, as grandes empresas chegaram primeiro. Elas tinham meios de arcar com os custos das mais recentes inovações e acumularam os benefícios da maior eficiência, aumento das vendas e da expansão para mercados distantes. À medida que a tecnologia se espalhou e os custos caíram, as pequenas empresas se juntaram à parada, embora a partir da retaguarda.

Agora, este padrão está sendo desafiado por uma revolução da base para o topo, fomentada pela segunda onda de tecnologias na internet, como os serviços de busca fornecidos pelo Google, Yahoo e Microsoft e softwares pela web como serviços de utilidade.

Essa segunda geração de tecnologias na internet, juntamente com as primeiras ferramentas – como a própria web e o e-mail –, estão reduzindo drasticamente o custo da comunicação, encontrando coisas, distribuindo e recebendo serviços online. Isso representa um achatamento nos custos que põe as empresas de pequeno porte em pé de igualdade com as grandes, tornando mais fácil para as iniciantes inovarem, desestruturarem indústrias e até mesmo crescerem rapidamente.

O fenômeno é um grande passo para a democratização da tecnologia da informação. Sua marca vai além dos negócios, sobretudo no impacto social e cultural. Mesmo assim, parece que as pequenas empresas e o mercado que elas representam serão os mais afetados na economia como um todo.

Uma das verdades de longa data é que, embora as pequenas empresas representem um enorme mercado – segundo dados do governo americano, empresas com menos de 500 funcionários respondem por metade da produção econômica e por 60% a 80% dos empregos do país –, é um mercado fragmentado e de difícil acesso, por isso as grandes empresas o evitavam. Mas a Salesforce.com, que fornece softwares de rastreamento e gerenciamento de clientes online, mostrou como prosperar vendendo primeiro para pequenas. “Nossa base é a geração de impulso da base para o topo. Usar a web reduz drasticamente o custo das vendas e dos serviços”, disse Phil Robinson, vice-presidente sênior de marketing.

Hoje, a empresa tem mais de 18 mil clientes e vendas superiores a US$ 300 milhões ao ano. Seu único problema parece ser alguns aborrecimentos, como quando a rede da empresa caiu duas vezes nos últimos dois meses.Muitas empresas iniciantes estão seguindo a Salesforce, oferecendo software como um serviço online para chegar até as empresas menores.

A IBM ganha a vida cuidando das necessidades da sua clientela formada pelas 500 maiores da revista Fortune. Mas, no ano passado, começou a oferecer serviços de software baseados na web, como filtragem de spam e de vírus, de início cobrando menos de US$ 2 mensais por funcionário.

Anos atrás, a IBM não podia penetrar nesse mercado”, disse James M.Corgel, gerente-geral de serviços para empresas de pequeno e médio porte. “Porém, à medida que automatizamos mais, podemos vender para o mercado das pequenas empresas.”

Estudantes de pequenas empresas têm freqüentemente observado que as mais economicamente significativas são as “gazelas”, pequenos negócios que se transformaram em dinâmicas empresas de rápido crescimento. As novas tecnologias baseadas na web poderão fomentar uma proliferação de gazelas, estimulando a criação de empregos e de riqueza na economia.“Em princípio, isto deverá suspender as barreiras para a entrada e o crescimento de pequenas empresas inovadoras”, disse Frederich M. Scherer, economista e professor da Universidade de Harvard. (segue)

Steve Lohr – New York Times

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