Internet deve ter aumento de certificados digitais

Segundo Instituto Brasileiro de Peritos em Comércio Eletrônico, certificados digitais pela rede devem chegar a 10 milhões em 2003. São Paulo – Embora ainda incipiente, o mercado de certificação digital no País, que garante a legitimidade de um documento emitido via Internet ou transação executada via WEB, promete dar um salto nos próximos 12 meses. De acordo com o Instituto Brasileiro de Peritos em Comércio Eletrônico (IBP Brasil), até 2003 haverá algo em torno de 10 milhões de certificados digitais em uso no Brasil. Hoje, pelos cálculos da entidade, são cerca de 450 mil. “A obrigatoriedade do uso do certificado digital na declaração do Imposto de Renda será o principal motivo para o salto”, justifica o diretor do IBP Brasil, Ricardo Theil.De acordo com Theil, a projeção poderá ser superada antes mesmo desse prazo. “Na realidade, acho que esse número será superado antes do final de 2003 e que até 2005 teremos entre 40 milhões e 50 milhões de certificados em uso”, arrisca. Tal número, segundo ele, será atingido pela utilização da Internet nas eleições de 2004. “O governo já solicita o número do título de eleitor prevendo que em 2004 os brasileiros poderão votar via Internet”, adianta.O volume de certificados digitais emitidos também deverá crescer em decorrência do credenciamento de novas entidades por parte do Banco Central (BC). Por enquanto, apenas Serasa, Serpro, Unicert e Certsign estão autorizados a emitir certificados. “Outro fator que contribui para o sucesso da certificação digital no Brasil é o próprio modelo da Infra-Estrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil), apresentado na Organização das Nações Unidas (ONU) e muito bem recebido por todos os países em decorrência de oferecer inúmeras garantias de segurança”, afirma Theil. SPB ajudou a impulsionar certificação digital De acordo com a gerente da área de segurança da Delloite Consulting, Mônica Villas, o crescimento na oferta de serviços via Internet e a entrada em vigor do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) foram os principais fatores de impulso da certificação digital no País. “As grandes iniciativas são dos bancos”, analisa a gerente. “Mas as expectativas mesmo giravam em torno do comércio eletrônico, que acabou não deslanchando como previsto”, acrescenta.A opção das empresas pelo certificado digital, segundo Mônica, deve atender a um pré-requisito fundamental: conhecer a finalidade do certificado. “Para optar ou não pelo certificado, as empresas devem perguntar se há interesse em identificar os usuários do sistema, quais informações serão acessadas, entre outros”, explica a gerente. “E então verificar que o certificado garante integridade da informação e reconhecimento legal de que a transação foi realizada”, acrescenta.O maior obstáculo para a adoção em massa do certificado digital no País, já que o custo anual é considerado baixo, segundo Mônica, é a falta de cultura de Internet entre o empresariado. “Os empresários ainda não viram o sucesso da Internet”, diz a gerente. “Tanto que ainda não compram via Web, não confiam na segurança dos processos e continuam não enxergando quanta agilidade a Internet pode gerar aos negócios”.Por enquanto, a modalidade de certificação mais procurada pelas empresas brasileiras é o reconhecimento de e-mail. “Trata-se do modelo mais simples, mas que pelo fato de ter um custo anual baixo acaba muito procurado pelas empresas”, analisa a gerente.De acordo com o diretor da IBP Brasil, atualmente 90% dos autenticações digitais em todo o mundo estão sob responsabilidade da VeriSign. “Essa expansão no País beneficiará a concorrência e deve abalar o monopólio da VeriSign”, acredita Theil. Stella Fontes

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