Insegurança impede a evolução da internet e dos negócios


29/07/2005

A perspectiva é boa, todos já sabemos. Mas também é verdade que o mercado de internet ainda está buscando afirmação no Brasil. Se compararmos com outros países, ainda estamos um pouco atrás no que se refere a quantidade de usuários com acesso à internet, qualidade da conexão (leia-se banda larga) e equipamentos em geral. Mas aí você pergunta: melhores condições de acesso e quipamento é apenas o que falta para a internet deslanchar no Brasil?

Infelizmente, a resposta para essa pergunta não é a esperada. O problema da qualidade das conexões será resolvido em breve pelas empresas de telecomunicações e pelo próprio governo. Tem muito mais chão para andar até que os e-negócios possam atingir outros patamares. Um desses problemas é muito mais amplo e, certamente, nem em um artigo nem em dez, poderíamos discutir tudo a respeito. Estou falando da falta de poder aquisitivo das pessoas e das próprias empresas para investirem em equipamentos de qualidade e serviços imprescindíveis. Um problema relacionado à economia, mas também relacionado à própria história mais recente do Brasil. A falta de políticas economicas e sociais que fomentem a educação e a geração de empregos é algo que está pendente há muito tempo. Da mesma fora, a corrupção, longe de ser um problema atual, ocorre no Brasil há décadas (ou serão céculos), e também entrava o crescimento do país.

Bom, mas o assunto não era bem esse. É que quando começamos a falar de política, você sabe…

Eu queria fazer alguns comentários em relação à questão da segurança na internet. Ou a falta de segurança, melhor dizendo. É sabido que a compra online, por exemplo, apesar de proporcionar inúmeras vantagens aos clientes, ainda não é uma prática muito adotada em decorrência da falta de segurança na troca de dados. Também o internet banking surgiu como alternativa que porporcionasse comodidade e segurança aos clientes. Afinal de contas, desde que você pega o carro para ir ao banco, são diversos momentos de tensão e insegurança: você pode ser assaltado dentro do carro ou fora dele quando estiver indo até a agência bancária e também dentro dela. Se pudermos fazer movimentações bancárias sem precisar sair de casa, estaremos muito mais seguros, certo?

Era para ser assim, mas não tem sido. Você certamente já ouviu falar a respeito de algum conhecido seu que teve prejuízos financeiros em decorrência de roubo de senha ou número do cartão nos próprios ambientes virtuais dos bancos ou lojas. Ambientes seguros? Talvez não tanto quando pensávamos. A verdade é que as pessoas já estão com receio até mesmo de pagar uma simples conta de telefone no site do seu banco. O que dirá fazer compras online e informar o número do cartão de crédito?

A questão da insegurança na internet não se resume à utilização do internet banking ou do comércio eletrônico. Os vírus, trojans e spywares “plantados” na sua máquina (algumas vezes como uma forma de se fazer publicidade) também são um inferno. O tempo que se perde, o trabalho desprendido e ainda o dinheiro que é preciso “gastar” para remover um vírus do computador, também é outro fator que desmotiva a população a adotar mais a internet.

Já é tempo de todos envolvidos buscarem soluções efetivas para esses problemas. Quando falo todos envolvidos estou me referindo aos governos, empresas de telecomunicações e segurança, provedores de acesso, profissionais da área e também a você, internauta. É, o simples internauta que navega para olhar notícias ou para se divertir em um portal de games, também é responsável porque se o seu computador estiver seguro, isso vai inibir a disseminação dos virus. Precisamos todos buscar mais conhecimento e tomar as atitudes cabíveis para termos mais segurança na web. É preciso boa vontade para a busca de soluções, principalmente por parte das grandes empresas de segurança, dos órgãos que regulamentam a internet e também dos Judiciários, pois leis e penas mais severas deverão inibir o trabalho de hackers e criadores de virus.

A comunicação através da internet vai proporcionar uma modificação contundente na forma de se fazer negócios. Mas, para isso, precisamos criar condições mais favoráveis. É plantar agora e colher mais tarde.

Ricardo Prates Morais é editor chefe da emarket News e consultor da emarket (www.emarket.ppg.br), agência de marketing e publicidade online.

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