Histórias em quadrinhos adaptam-se à era digital


12/07/2005

Com base na onda de transformações provocadas em todo o mundo pela internet, um novo estudo tem como foco avaliar as características das histórias em quadrinhos nos meios virtuais.

“Elas perdem suas características essenciais à medida que acabam sendo influenciadas, na internet, pelos desenhos animados e videogames”, disse Anselmo Gimenez Mendo, autor da pesquisa, à Agência FAPESP.

O pesquisador explica que há mais de cem anos esse tipo de arte resiste nos meios impressos e que, ao contrário do que se imaginava, também não acabou com a chegada da rede mundial.

A pesquisa foi apresentada na dissertação de mestrado História em Quadrinhos (HQs): impresso versus web, apresentada no Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São Paulo.

Os quadrinhos, segundo Mendo, estão sofrendo profundas adaptações na internet. Desde a simples transposição do conteúdo impresso por meio da digitalização de imagens até a criação de novas histórias com a utilização de recursos de computação gráfica.

Essas mudanças começaram no final do século 20, quando os meios eletrônicos conseguiram substituir, em parte, o processo mecânico de criação dos quadrinhos. No lugar dos pincéis, entraram em cena as canetas digitalizadoras, enquanto as cores dos pigmentos foram trocadas pela paleta disponível nos computadores.

O autor do estudo acredita que o leitor, por conta da linguagem eletrônica, se sente mais próximo dos protagonistas das histórias do que quando eles estão apenas no meio impresso.

“Os quadrinhos on-line criam um usuário mais participativo, pois permitem que o leitor possa interagir com os personagens e autores das histórias de forma mais direta.”

E destaca que a grande vantagem da migração dos quadrinhos para a internet está na facilidade da publicação. “Esse tipo de divulgação eletrônica supera a etapa de distribuição. O autor não fica mais dependente de uma editora e passa a publicar diretamente seus próprios conteúdos”, conta.

Como mercado, os quadrinhos continuam existindo principalmente no papel. “Alguns sites podem até vender revistas na web, porém, nunca vão acabar com a veiculação de histórias pelo meio tradicional”, acredita Mendo.

(Agência Fapesp)

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