Geração de Valor em TI


22/05/2004

Todos aqueles que acompanham os acontecimentos na área de TI percebemque a mesma passa por profundos questionamentos e reformulação.Apesar dos ganhos de produtividade alcançados por empresas e pela economiaem geral, há um certo ceticismo em relação ao retorno deinvestimento em Tecnologia de Informação. Boa parte deste ceticismofoi contundentemente expresso por Nicholas Carr no artigo “IT Doesn’tMatter” [Harvard Business Review, Maio de 2003]. Neste artigo o autor generalizao processo de comoditização de hardware para toda a áreade TI e sinaliza que o ciclo de investimentos em TI teria atingido um ponto ondeo retorno passaria a ser marginal.

O artigo, apesar do seu título polêmico e conteúdo crítico não teve por objetivo decretar o fim da Tecnologia da Informação, mas sim expressar questionamentos que refletem o ceticismo de muitos administradores em relação a investimentos na área. O artigo, por se basear predominantemente na indústria de hardware foca suas atenções no aspecto genérico da comoditização. Isto sem sombra de dúvidas é uma característica que populariza o uso da tecnologia e reduz o diferencial competitivo entre as empresas. Uma das afirmações do autor é que a computação estaria caminhando para um processo de utilização tão comum como a energia elétrica e que, ao invés de ser uma diferenciação, na verdade seria um requisito básico para as operações de qualquer empresa.

O artigo, no entanto, não trata especificamente do diferencial competitivo que as empresas alcançam com o emprego de TI. No mercado em geral, este diferencial já não se dá mais através das empresas que possuem os sistemas de hardware mais rápidos e modernos. O diferencial principal hoje em dia está na capacidade que as empresas possuem para adaptar seus sistemas de hardware e software para suas necessidades de negócio. A agilidade com que constroem e customizam seus sistemas é em verdade o ponto fundamental que permite que suas operações reflitam decisões estratégicas com eficiência. Este posicionamento competitivo baseado em capacidade de adaptação por emprego de tecnologia têm sido referido através de diversos conceitos e nomes como RTE (Real Time Enterprise) e computação sob demanda (On-Demand Computing).

Apesar de todo o encantamento que esta visão de uma empresa flexível e produtiva através de Tecnologia traz, para que seja executada, ela depende principalmente de processos e pessoas que incorporem alguns princípios fundamentais. Este talvez seja um dos pontos principais que todos nós que estamos envolvidos com TI devemos tirar de toda esta discussão sobre o futuro de TI. Onde está o real valor de TI? Como ele pode ser alcançado? Que instrumentos temos em mãos para implantar TI de maneira eficiente em nossas empresas? Estes questionamentos nos levam a perceber claramente que o desafio principal de TI atualmente não está no domínio da tecnologia propriamente dita, mas sim na capacidade de gestão que as empresas possuem para internalizar a tecnologia e aplicá-la de forma flexível e eficiente nos interesses estratégicos de negócio.

A administração de TI atualmente é caracterizada por um alto grau de improvisação. Apesar de ser uma área da qual as empresas dependem cada vez mais, normalmente os processos administrativos são pouco claros e onde os modelos de decisão são baseados predominantemente em intuição e não em planejamento. O impacto principal deste tipo de administração está no risco operacional que ele traz para uma organização. Por estar centrado na intuição de alguns ótimos profissionais, o risco da organização está dependente diretamente da capacidade intuitiva destes profissionais. A empresa e estes profissionais podem até mesmo apresentar um excelente histórico de sucessos na geração de valor de TI, no entanto a um preço alto em termo de desgaste físico dos profissionais executivos e suas equipes e acumulando um grau de incerteza crescente em termos de operações da organização.

As empresas que aplicam TI sistematicamente para o aprimoramento de seus negócios sabem através de seus resultados operacionais que existe alto valor agregado às tecnologias que internalizam. Por esta razão o questionamento chave atual não está em saber se TI agrega ou não valor à uma organização, mas sim como fazer com que este valor seja agregado com risco controlado e de forma sistemática permeando os níveis estratégico, tático e operacional. Esta sim é a questão fundamental que deve estar na mente dos gestores de TI. Colocar em prática um modelo de gestão e processos operacionais que resolvam esta questão não é fruto de uma bala mágica, ferramenta ou pacote. O primeiro passo está em reconhecer que TI é uma atividade que envolve risco intrínseco e difundir isto em todos os níveis da organização. Este primeiro passo envolve comunicação e educação de pessoas. É comum mesmo entre gestores de alto escalão de TI a crença que a alocação de recursos e cronogramas sejam suficientes para que seus projetos sejam realizados com sucesso. Sem gerenciamento de riscos, processos apropriados e sobretudo alinhamento de equipes a administração destes projetos normalmente é uma experiência desgastante, envolvendo stress e muitas vezes insucessos recorrentes.

A abordagem de sucesso para aprimorar o uso de TI em uma organização nos dias atuais definitivamente não está na tecnologia pela tecnologia. Este é um desafio até mesmo pessoal para os executivos da área que possuem um histórico profissional na área. A paixão pela tecnologia que os motivou ao longo de toda carreira pode em muitas vezes ser a principal razão porque não conseguem enxergar os riscos que possuem a frente. A dificuldade para se adaptar e realizar mudanças no seu estilo pessoal de gestão e nos processos pelos quais é responsável é um obstáculo comum que precisam superar. Tendo convencido a si mesmo do valor desta mudança e superado este obstáculo inicial, o passo seguinte está em implantar processos em todos os níveis de decisão e operação que permitam o acompanhamento de resultados e controle dos riscos nas atividades de TI.

O trabalho da Advus no mercado de informática tem sido voltado para a educação de executivos, gerentes e profissionais técnicos na implantação de processos e ferramentas de TI que gerem sistematicamente valor através de risco controlado. Como é feito este trabalho? Este trabalho é realizado através de ações coordenadas que envolvem palestras, workshops, treinamentos, planejamento estratégico, mentorização, coaching e consultoria técnica. Através de uma estratégia de comprovado sucesso em diversos clientes combinamos estas atividades de forma customizada para que seja realizada transferência de conhecimento com excelência que permite aprimoramento progressivo de competências e processos. O resultado invariável são clientes satisfeitos que passam a gerar valor em TI com risco controlado de maneira muito mais competente e com muito menos stress do que possuiam anteriormente. A satisfação nestes casos vai além de resultados organizacionais, por oferecer qualidade superior de trabalho no âmbito pessoal.

 

Marcelo Sant’Anna é diretor da Advus Corporation
Site: www.advus.com

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