É tudo virtual, menos o dinheiro


25/11/2005

Livros, cds e eletrônicos são os produtos mais comuns nas vendas on-line, mas um internauta convicto é capaz de achar todo tipo de produto pela rede. As empresas mineiras já perceberam que cair na rede é sinônimo de bons negócios e hoje é possível até comprar de tudo pela Internet, de perfume a apartamento.

A MRV, por exemplo, criou uma loja virtual em 2002 e desde então vende imóveis principalmente para brasileiros que moram no exterior, mas querem fazer um investimento em sua terra natal.

“Esses dias vendi um apartamento em Curitiba para uma pessoa que mora nos Estados Unidos”, diz o corretor on-line Carlos Henrique Ferreira. O negócio começou modesto, com apenas dois funcionários, mas hoje já responde por 15% das vendas da construtora.

Por mês entre 25 e 30 imóveis são vendidos por meio da Internet. O gerente da loja virtual, Edson Melo, diz que antes de fechar negócio é comum que o cliente que mora no exterior peça a um parente que visite o imóvel. Se a loja é virtual, o emprego é bem real.

Nos últimos três meses a emrpesa contratou três funcionários e hoje tem dez na loja on-line. Nos próximos cinco meses, a expectativa é dobrar o número de corretores. Fabiano Fahel foi um dos que entrou para a empresa recentemente. Antes, trabalhava vendendo placas publicitárias para espaços verdes.

“A maior diferença é que não preciso ir atrás do cliente. O comprador procura a empresa”, diz ele, acrescentando que o fato de a MRV ser uma empresa conhecida passa confiança ao consumidor. Além do nome no mercado, a venda virtual tem outros dois trunfos.

O primeiro é o financiamento próprio, que dispensa o comprador de apresentar comprovante de renda. Outro é o seguro opcional que garante a entrega do imóvel nos termos do contrato ou a devolução do dinheiro ao comprador.

Filme pela rede O nome Net Vídeo não é à toa. Ao contrário da maioria das lojas virtuais, que tem uma correspondente física, a locadora foi concebida para funcionar apenas pela Internet, a partir de um problema pessoal do seu proprietário, Tales Lacerda.

“Em 1999 eu tinha um filho pequeno, saía pouco de casa e percebi que não tinha jeito de alugar um filme sem ir à locadora”, lembra. Ele descobriu que nenhuma locadora fazia entrega porque era impossível para o cliente consultar o acervo por telefone.

Para Lacerda, que já era dono de um provedor de internet, não foi difícil idealizar um negócio totalmente on-line, no qual o cliente escolhe o filme, faz o pedido e escolhe horários de entrega e devolução pelo site.

Hoje, com três funcionários, a Net Vídeo faz cerca de 4.000 locações por mês, e já licenciou o nome e o sistema para empresas do Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS) e Brasília. Os endereços para levar e buscar as fitas podem ser diferentes, desde que dentro da área de cobertura.

O serviço funciona de segunda a sábado e quem faz o pedido até as 20 horas (ou 21 horas na sexta-feira) recebe o filme no mesmo dia. O pagamento é em cheque, dinheiro ou cartão e é feito diretamente ao motoboy. Os preços variam entre R$ 1,50 e R$ 6, conforme o filme e a promoção do dia.

“É uma correria. Faço umas 30 entregas por dia e no fim de semana aumenta”, diz um dos entregadores, José Quitério.

A empresa tem dois motoboys contratados e outros dois que são chamados quando a demanda está muito grande, normalmente fim de semana, feriado, férias ou dias chuvosos. “Às sextas e segundas eles sempre são chamados porque há muitas entregas e devoluções”, diz o proprietário.

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