E-marketplaces: maturidade à prova


26/06/2003

Cautelosos e com direção profissional, os chamados “e-marketplace” que surgiram há alguns anos e sobreviveram ao “boom” da Internet estão tirando o vermelho de seus balanços financeiros, enquanto as novas iniciativas nascem bem estruturadas para obter ganhos rápidos. Planejamento, lucratividade e comprovação de retorno de investimentos são itens cruciais.

Exemplo disso é a AnFreixo, que atende ao setor de bens e serviços. Desde que a Votorantim Ventures – empresa de capital de risco do Grupo Votorantim – adquiriu participação majoritária no investimento, em junho de 2002, a companhia realiza, a cada mês, pelo menos cinco novas interligações em sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP). Hoje são mais de 200 mil itens de 1.400 marcas diferentes, distribuídos em 15 categorias distintas.

“A projeção é obter um resultado de R$ 500 milhões nos próximos dez anos”, estima Antunes Araujo, presidente da AnFreixo. Segundo o executivo, atualmente mais de 70 organizações compram no e-marketplace e 65% delas são usuárias do ERP da SAP, o que facilita as interligações.

O Quadrem, mercado eletrônico internacional especializado no segmento de mineração, planejou cuidadosamente seus primeiros passos no Brasil. A empresa iniciou sua operação nacional em julho do ano passado e, até dezembro, realizou um piloto com 64 fornecedores. Esse trabalho cuidadoso trouxe resultado: o e-marketplace conseguiu reunir 300 fornecedores registrados e somou mais de 7 mil transações somente nos cinco primeiros meses de 2003, atingindo a marca de US$ 30 milhões em transações efetuadas no período.

“Temos a expectativa de reunir mais de 2 mil fornecedores até fevereiro do ano que vem”, afirma Roberto Costa, vice-presidente do Quadrem no Brasil. “Esperamos pelo menos US$ 100 milhões em transações até dezembro deste ano.”

Outro exemplo de iniciativa de e-marketplace cuidadosamente planejada vem da Petrobras. Em agosto, a estatal deve iniciar o processo de unificação de sua estrutura de compras eletrônicas, quando entrará no ar o sistema de Procurement Negócios Eletrônicos (PNE). Trata-se de um e-marketplace que a subsidiária ePetro constituiu em conjunto com a SAP e a Accenture.

Segundo o gerente de compras eletrônicas da Petrobras, Marco Aurélio Ramos, a PNE será o canal oficial da estatal para seus fornecedores. O portal irá incorporar também o sistema de Web EDI que a estatal possui há quase três anos e que é utilizado em processos de compras de pequeno valor, geralmente até R$ 10 mil, que dispensam licitação. O Web EDI tem cerca de 5 mil parceiros cadastrados. A Petrobras calcula que a PNE deve realizar algo em torno de 120 mil aquisições/ano para compras até R$ 300 mil. (segue)

Ricardo Cesar

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