E-commerce: Aplicação máxima da internet


05/10/2003

Nos últimos artigos abordamos diversas aplicações da Internet, desde a divulgação institucional da empresa e seus produtos até o ensino on-line (e-learning), passando por comunicação e relacionamento com clientes, fornecedores e funcionários. Todas essas aplicações são importantíssimas e ajudam as empresas a otimizar o seu negócio, ou seja, a comprar melhor, a se relacionar melhor, a divulgar melhor a sua marca… A isso deu-se o nome de e-business, o uso de recursos eletrônicos, mais especificamente, da Internet, pararealizar negócios com mais eficiência.

Nenhuma dessas aplicações, no entanto, possibilitou uma transformação tão radical quanto o e-commerce: a Internet como um novo e promissor canal de venda de produtos e serviços. O objetivo aqui, não é somente realizar melhor os processos já existentes na empresa, mas sim, pavimentar um novo caminho de acesso direto ao consumidor. Um caminho rápido e com o mínimo de fricção. Até cerca de cinco anos atrás, eram aceitáveis dúvidas do tipo: será que efetivamente esse negócio de vender produtos através da Internet vai dar certo? Será que uma quantidade razoável de pessoas vai ter acesso? E essas pessoas, vão querer comprar produtos e serviços ou apenas trocar bilhetinhos eletrônicos? Será que esse canal de comercialização é viável? E as empresas, vão também vender e comprar pela Internet? Hoje não é mais possível fazer esse tipo de questionamento. A realidade do mercado já mostra cabalmente que a Internet veio para fazer parte da vida das pessoas e das empresas. Isso inclui, no caso brasileiro, a venda de mais de R$ 534,6 milhões no Varejo On-line, somente em dezembro do ano passado, dados da Câmara-e.net e da empresa E-Consulting. Nos Estados Unidos, nosso paradigma em termos de Internet, mais de 168 milhões de pessoas tem acesso a Web e dessas, cerca de 37% fazem compras pela rede. No último Natal, segundo dados da empresa BizRate, o varejo on-line americano emplacou U$ 47,98 bilhões, o que representa um já rotineiro aumento anual de mais de 30% em relação ao Natal anterior. E por fim, se quisermos pensar em termos mundiais, segundo dados do Instituto eMarketeer, apenas as vendas B2B (empresas para empresas) deverão representarcerca de U$ 1,4 trilhões em todo o mundo, já agora em 2003.

Trocando tudo isso em miúdos, o fato é que o e-commerce é uma realidade no Brasil e no Mundo e as questões que se colocam hoje são de outra ordem, sendo a principal delas: quanto, o e-commerce vai abocanhar das vendas realizadas através dos canais tradicionais como lojas físicas, equipes de vendas, mala-direta, tele-marketing e outros? Não esperem de mim essa resposta, pois não tenho bola de cristal, mas aposto minhasfichas que vai ser uma bela mordida.

Atualmente, as vendas através do canal Internet, representam cerca de 1,5% do total, no caso do varejo americano. Nada mau para um segmento que ainda não completou uma década de vida, quando comparado às lojas tradicionais, que existem nos Estados Unidos desde que os novos habitantes empurraram os índios para o Oceano Pacífico. Creio, no entanto, que exceto em setores específicos, o e-commerce não vai eliminar totalmente os outros canais de comercialização. O mais provável, é uma reacomodação gradual desses canais em termos de volume transacionado, de forma a abrigar também uma fatia expressiva para as vendas realizadas através do canal Internet. Um canal perfeitamente adaptado aos recursos tecnológicos disponíveis e às necessidades atuais de nossa sociedade, no que se refere à agilidade,comodidade e flexibilidade. E que cresce justamente por isso.

O fato concreto a ser levado em consideração agora, pelas empresas e empreendedores, é que esse novo jogo já está em andamento. E sobre o jogo, deixo aqui a opinião de um comentarista chamado Bill Gates: “Daqui a algum tempo, vão existir dois tipos de empresas: as que fazem negócios pela Internet e as que estão fora dos negócios”.

Dailton Felipini é Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor e Professor de Comércio Eletrônico na Universidade Ibirapuera. Editor dos sites: www.e-commerce.org.br e www.abc-commerce.com.br

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