Compra3 cria grupos de pessoas para aquisições em conjunto no e-commerce

02/10/2007


Os métodos de compras das grandes corporações e das cooperativas estarão disponíveis ao consumidor final brasileiro por meio de uma nova empresa. A Compra3, com menos de um ano e meio de existência, lançará em caráter de projeto-piloto um site para reunir grupos de pessoas com os mesmos interesses de compras para que possam fazer em conjunto aquisições com maiores vantagens de descontos. O compra3.com deve entrar em operação até o início de novembro. A meta é incentivar 80 mil vendas totalizando R$ 50 milhões nos próximos 12 meses.


A empresa quer ser uma intermediária entre pessoas interessadas em fazer um bom negócio e empresas de comércio eletrônico. A expectativa é de que 90% da receita venham de comissões de venda, e o restante de publicidade on-line. Ao mesmo tempo que exige certo grau de sofisticação tecnológica, a idéia é simples e por isso chama a atenção. É algo inédito no mundo, diz um dos fundadores, sócio e diretor de marketing, André Luiz Monteiro. O único caso similar que descobrimos acontece na China, onde muitas pessoas marcam por meio do Orkut uma compra conjunta. Depois todas vão no mesmo horário fazer a compra. Mas não é vantajoso para o comércio, receber 200 chineses ao mesmo tempo numa loja, conta o outro idealizador do projeto, sócio e diretor comercial, Bruno Medeiros.


Os dois fundadores, ambos com 27 anos de idade, se conheceram na Universidade Federal do Paraná, onde trabalharam juntos na empresa júnior, oferecendo consultoria e treinamento para pequenas empresas, a partir de 2000. Medeiros é economista e Monteiro, administrador de empresas. Formados há menos de cinco anos, eles estiveram separados alguns anos. Medeiros voltou-se para o turismo, onde desenvolveu uma estratégia de preparação prévia e acompanhamento de jovens que fazem intercâmbio para trabalhar no exterior, que acabou sendo implantada pela World Study. Monteiro montou uma empresa de vestuário masculino, a qual se dedicou de 2002 a 2006.


Para financiar o projeto, os idealizadores acabaram optando por replicar o modelo de negócios, a inteligência colaborativa. Conversaram com fundos venture capital e de private equity. Eles nos receberam bem, mas descobrimos que não há real investimento de risco no País, pelo menos em empresas no começo, apenas para aquelas de R$ 100 milhões, diz Monteiro. Dessa forma, buscaram professores e empresários com quem tinham contato anterior. E conseguiram reunir 16 investidores, atraindo inclusive a empresa contratada para desenvolver a tecnologia do site.
Importante para a empreitada ter sucesso será a adesão dos varejos eletrônicos. Segundo Monteiro, essas empresas têm considerado a iniciativa uma nova modalidade de compra que ajudará no aumento de receita, e não como ameaça que vão obrigá-la a dar mais descontos. O site vai incentivar novas vendas, e deve atrair as pessoas que fazem muitas pesquisas antes de comprar. Não vai mudar nada em relação às compras por impulso, que vão ser feitas direto no site do lojista, diz. Com isso, as transações do Compra3 devem ter tíquete médio superior ao do varejo on-line em geral, com destaque para produtos como televisores e linha branca.


Para o piloto, durante este ano, os empresários querem no máximo cinco parceiros. Compra Fácil, do Grupo Hermes, e a agência de turismo CVC já estão confirmadas, e outras, em fase final de negociação, devem entrar nos próximos dias. O objetivo é fazer a prova de conceito para expandir o número de varejistas no próximo ano. Inicialmente, serão apenas sites com produtos e serviço diferentes. A concorrência dará o tom no futuro, e a melhor oferta será escolhida por meio de um leilão reverso. A idéia é um pouco como já faz o site de comparação de preços Buscapé, sucesso da internet brasileira também criado por jovens empreendedores.


Os primeiros grupos de compra já estão sendo formados. O lançamento foi feito para aproveitar o Natal. A verba de marketing é de R$ 2 milhões.


Carlos Eduardo Valim – Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 1

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