Como se beneficiar com o uso do Wi-Fi


21/05/2004

Atualmente, quando o tema é tecnologia da informação, muita gente acredita que saber resistir às inovações é tão importante quanto saber aceitá-las. Mas o essencial mesmo é não se dar ao luxo de ignorá-las. Isso porque, encoberta pela avalanche quase diária de novidades, pode estar aquela tecnologia que carrega potencial de mudar os negócios de uma forma bastante radical. Foi o caso da internet, que – estouros da bolha à parte – vem agindo como rolo-compressor sobre paradigmas sacramentados do mundo empresarial. E já se fala que também pode ser o caso das redes locais sem fio, as WLANs, mais conhecidas hoje pelo amigável apelido de Wi-Fi. Por suas características, pelo autêntico clamor que tem gerado em todo o mundo, o Wi-Fi estaria na origem de uma nova forma de fazer negócios.

E o que está por trás do atual frisson em torno das WLANs é uma combinação de fatores que vão da evolução dos protocolos, em termos de velocidade, desempenho e segurança, à proliferação dos dispositivos de acesso equipados com a tecnologia, passando também pela constante queda dos preços dos equipamentos. O caminho mais óbvio para eliminar a barreira da desconfiança é buscar conhecimento mais aprofundado sobre os padrões, com destaque não só para suas vantagens, evolução e diferenças, como também para suas limitações. Mas o maior impulso para a adoção virá seguramente dos casos práticos.

No início desse processo, estão os chamados early adopters, empresas como Alcoa/Alumar, Unibanco e Ford Brasil, entre outras, que bancam os riscos de arrancarem na frente em troca dos benefícios do pioneirismo. “Ainda bem que eles existem”, brinca o professor e coordenador da área de TI da FGV/EAESP, Luiz Alberto Albertin. Nesse campo, merece especial atenção o caso do Consórcio Alumar, um dos maiores complexos de alumínio e alumina do mundo, composto pelas empresas Alcoa, Alcan, Bhpbilliton e Abalco.

O dia-a-dia dos operadores de chão-de-fábrica da Alumar, localizada em São Luiz do Maranhão, consiste em vigiar permanentemente os parâmetros do processo de eletrólise da alumina, que ocorre em 610 cubas instaladas em um espaço que atinge quilômetros. A tarefa é complexa e trabalhosa, mas foi facilitada enormemente pela implantação recente de rede Wi-Fi 802.11b, com tecnologia da Cisco Systems.

Antes, os operadores da Alumar tinham de andar cerca de 600 metros até a sala de controle, onde checavam dados no computador e corrigiam falhas eventualmente detectadas nos parâmetros de cada cuba. Faziam esse trajeto carregando rádios, celulares e medidores, entre outros dispositivos. Agora, graças ao Wi-Fi, fazem todo o trabalho remotamente, diante das cubas, utilizando apenas o iPAQ Pocket PC, da HP. “Os benefícios são fantásticos, tanto em termos de produtividade quanto de segurança nos controles de parâmetros”, diz Marcos Caldas, principal executivo de TI da Alcoa.

O case Alumar chama a atenção não apenas pelo aumento da produtividade alcançado, mas também por incluir telefonia IP sobre WLAN, um recurso experimentado por muito poucos, até mesmo em âmbito mundial. A convergência deu aos operadores e engenheiros da empresa o melhor dos mundos: por meio de um único aparelho, eles acessam o sistema em tempo real, realizam seu trabalho e ainda podem fazer chamadas telefônicas sem nenhum custo para a companhia. (segue)

Ana Lúcia Moura Fé, especial para Computerworld

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