Comércio online já é necessidade para todas as empresas

21/02/2007

Todas as empresas, independente de serem grandes, médias ou pequenas ou de sua natureza (produtos ou serviços) terão, necessariamente, de investir no plano virtual, caso contrário serão engolidas pela concorrência e simplesmente desaparecerão. A constatação é originária de boa parte dos empresários do ramo multimídia e é embasada na recente pesquisa divulgada pela empresa de marketing on-line E-Bit, que apontou um crescimento de 76% no comércio eletrônico no Brasil em apenas um ano – de 2005 para 2006.

As lojas virtuais deixaram de ser apenas um apêndice de luxo da atividade convencional e se transformaram em elementos multiplicadores de faturamento e também de fidelização da clientela.

Não é qualquer setor que pula seu faturamento de R$ 2,5 bilhões para R$ 4,4 bilhões em apenas 12 meses e está para existir algum outro que consiga aumentar o número de consumidores em 46% também em um ano, comenta o empresário Alcir Abuchain, diretor de tecnologia da Master Case Digital Business, uma das empresas pioneiras em soluções multimídia no Centro-Oeste. Quem não investir em ambientes virtuais em seu negócio, irá amargar perdas irreparáveis, comentou.

A afirmação de Abuchain também é fundamentada no estudo da E-Bit, que faz uma projeção do desempenho do setor até o final deste ano. A expectativa para 2007 é a de que o comércio eletrônico movimente algo em torno de R$ 6,4 bilhões, um crescimento de 45,5% em relação a 2006. Segundo a pesquisa, esse crescimento deverá ocorrer em razão da entrada de novos consumidores no mercado de compras virtuais e pelo aumento da freqüência de compras por este canal.

E este cenário já está sendo desenhado. De 1º de janeiro até oito de fevereiro deste ano, as vendas no comércio online brasileiro já haviam superado em 18% o valor comercializado no mesmo período de 2006. A situação é irreversível; o empresário que fizer vista grossa para o ambiente virtual em seus negócios, vai perder o trem da história, garante Abuchain.

O estudo da E-Bit mostra que o quadro é generalizado em todo o Brasil. O Mato Grosso do Sul, por exemplo, que detém pouco mais de 1% da população brasileira, respondeu por 2% de todos os consumidores que passaram a comprar online em 2006. Isso equivale a 50 mil novos compradores virtuais sul-mato-grossenses em apenas um ano. No estado, o comércio eletrônico movimentou cerca de R$ 88 milhões no ano passado.

OPORTUNIDADES

O setor ainda lamenta a visão estereotipada de uma boa parte dosempresários brasileiros que entendem o comércio eletrônico restrito apenas às vendas que são concretizadas na Internet. A presença na Internet apenas mostrando seus produtos e serviços, o envio de e-mail marketing devidamente autorizado pelos clientes e a participação em comunidades por grupo segmentado de consumidores podem levar a uma venda convencional, com o consumidor indo até a empresa para concretizar o negócio, explica Wilson Bento, sócio-proprietário da Master Case.

Algumas empresas, no entanto, apostaram no ambiente virtual como apoio à venda convencional e estão se dando bem. É o caso da Rede Comper de Supermercados, que disponibiliza na Internet (www.comper.com.BR) os tablóides de ofertas de todas as suas mais de 20 lojas espalhadas por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Santa Catarina.

Também envia estas ofertas através de um sistema de e-mail marketing para seus clientes fidelizados.

Também é o caso da loja de artigos esportivos e de pesca Antonios Náutica, de Campo Grande. A empresa montou uma loja virtual (www.antoniosnautica.com.BR), mas mantém o estímulo da compra convencional, dando alternativas ao cliente. Logo na página de abertura de seu site, o consumidor já dá de cara com a imagem e o preço dos principais produtos em oferta. E o mais interessante: informa imediatamente que aceita pagamento através de cartão de crédito, transferência eletrônica, financiamento e boleto bancário. Trata-se de uma alternativa de alto impacto para quem já buscou acessar a loja virtual da empresa; além disso um sistema de comércio eletrônico na Internet é muito acessível hoje para as pequenas e médias empresas, comenta Bento.

Apesar de estar disponível há apenas oito meses, a loja virtual da Antonios Náutica já está aumentando significativamente o faturamento da empresa, que possui duas lojas convencionais em Campo Grande. Hoje as vendas online respondem por até 20% de todo o meu faturamento. Em pouco tempo estará vendendo tão bem quanto qualquer uma das duas lojas que temos, comenta a proprietária, Ana Paula Toledo Barros. Estamos vendendo para São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre e várias outras cidades brasileiras, completa.

Algumas informações reveladas pela pesquisa da E-Bit são fundamentais para quem acordou e garantir sua fatia neste setor. Livros, revistas e jornais são os objetos de desejo da maior parte (17%) dos sete milhões de consumidores adeptos à compra virtual no Brasil. Em seguida vem os CDs, DVDs e vídeos (16%) e aparelhos eletrônicos como TV, som e vídeo (15%). O público do comércio eletrônico brasileiro, em sua grande maioria, tem idade entre 25 e 49 anos.

A pesquisa mostra também que 68% dos consumidores preferem o pagamento pelo cartão de crédito. O restante da preferência fica para boleto bancário (12%), depósito e transferência bancária (3%), cartão de débito (2%) e cheque (1%).

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