Comércio eletrônico: o futuro é agora

06/08/2007

O empresário que ainda está apenas cogitando investir em uma plataforma de comércio eletrônico vai perdendo reais e dólares preciosos para a concorrência. E o que dizer então dos que temem em torcer o nariz para esta eficiente alternativa de bons negócios; tanto para quem vende quanto para quem compra. Estes estão sumariamente destruindo suas empresas, por ignorância, desqualificação administrativa ou por uma birra idiota.

 

O comércio de produtos e serviços através da Internet é uma realidade nítida e clara. Ele representa fatia considerável do faturamento da maioria das empresas que apostaram na sua eficiência. Não é a toa que Carrefour, Casas Bahia e Wal-Mart devem iniciar, em breve, suas vendas pela Internet. Trata-se de uma modalidade extremamente vantajosa. Sem custos de estrutura física, climatização, energia, mão-de-obra e impostos de uma loja convencional, pode-se trabalhar com preços atraentes e boas margens de lucro.

 

Com isso, o consumidor agradece. Segundo o Programa de Administração de Varejo (Provar) da Faculdade de Economia da USP, os preços dos produtos vendidos pela Internet ficaram 2,52% mais baratos em julho de 2007. Este foi o resultado do e-flation, que é o índice que mede a inflação do comércio eletrônico. Mas, por enquanto, as oscilações de preço ainda mostram um razoável equilíbrio. Nos sete primeiros meses de 2007, o Provar detectou uma inflação de 3,77% no comércio eletrônico brasileiro.

 

A comodidade, o conforto e a segurança garantem, entretando, um “boom” de vendas pela Internet. Números divulgados recentemente pelo Grupo de Pesquisas E-bit apontam um crescimento do comércio eletrônico brasileiro, no período de janeiro a junho de 2007, de 49% em relação ao primeiro semestre de 2006, atingindo nestes primeiros seis meses do ano o montante de R$ 2,6 bilhões.

 

E para quem ainda acha que tudo isso é novo, é bom lembrar que o e-Commerce tem mais de uma década de história no Brasil e se fortalece quase que de forma equalizada nas grandes cidades e capitais brasileiras. Um bom exemplo é Campo Grande, no Mato Grosso do Sul: a primeira experiência de comércio eletrônico na cidade aconteceu no final dos anos 90 com a implantação do “Vitrine Web”, uma espécie de shopping virtual idealizado e implantado pela equipe da Master Case Digital Business (www.mastercase.com.BR), empresa pioneira em soluções multimídia no centro-oeste brasileiro.

 

Hoje na capital sul-mato-grossense é possível comprar quase tudo pela Internet a partir de lojas virtuais implantadas por empresas da própria cidade ou que nelas atuam. De veículos a imóveis, passando pelas pizzas, flores, material esportivo, eletrônicos, comida japonesa, churrasco, artigos para escritório, móveis e uma infinidade de outros produtos. A cidade é uma das referências, por exemplo, em leilões virtuais de gado e produtos agrícolas, capitaneados pelas empresas leiloeiras com o apoio de canais rurais de televisão (convencionais e via Internet) e pela Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM).

 

Na área imobiliária, a construtora Plaenge, escolheu Campo Grande e também Cuiabá/MT para desenvolver, a partir do ano passado, seu projeto piloto de atendimento online através do “corretor online”. Hoje a alternativa de venda foi estendida para Londrina e Curitiba, suas outras praças de atuação.

 

A pioneira Master Case, por sua vez, criou a loja virtual “Antonios Náutica” como apoio à loja convencional de artigos esportivos e de pesca. Oito meses depois, já representava 20% de todo o faturamento da empresa. Outra plataforma criada pela Master Case é a da Três Américas Logística e Transporte. Nela o internauta pode fazer cotação de preço, solicitar coleta de carga e localizar a mercadoria através de sistema de rastreio.

 

O mais importante de tudo é que o comércio eletrônico é democrático, acessível tanto para as grandes quanto para as micro e pequenas empresas. Desconhecer isso é se mostrar desconectado ao mundo. Em Campo Grande mesmo, as faculdades e universidades oferecem cursos de graduação, tecnológicos ou de qualificação na área de comércio eletrônico. Literatura também não falta. O livro “Comércio Eletrônico para Pequenas Empresas”, de Hilton Menezes, editado pela Visual Books, é um exemplo. As ferramentas existem e se mostram cada vez mais eficientes. Quem não se decidir logo vai ficar pela estrada.

 

                                                                                   

Ariosto Mesquita é jornalista, professor, pós-graduado em marketing e mestre em produção e gestão agroindustrial.
E-mail:
ariostomesquitaglobo.com

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