As Novas Relações de Trabalho
1°/05/2004
A implementação de um modelo de recursos humanos estratégico,dentro do conceito das novas relações do trabalho, deve considerardois pontos críticos, do ambiente externo, relevantes à realidadebrasileira:
• Capacidade de inovação e criatividade.
• Qualificação técnico-profissional.
No Brasil, o processo de capacitação técnico-profissional, cultural e educacional, está nivelado abaixo da média mundial. Portanto, estamos com uma desvantagem competitiva frente ao mundo globalizado, onde as demandas do mercado emergente exigem um novo profissional, adaptado para o trabalho, encarando a vida sem o conforto da segurança do emprego (Obs. Redução de emprego não significa redução de trabalho).
O novo profissional tem que ter a mente aberta para as novas experiências. É preciso antecipar as ações, visto que estamos testemunhando uma transformação ambiental, com dimensões maiores, que envolvem outros campos, tais como: o político, jurídico, social e outros. Vivemos na sociedade contemporânea, um novo paradigma: A CULTURA DA INFORMAÇÃO. Portanto, produzir bens será relativamente fácil, e, a necessidade de intervenção humana neste processo produtivo, cada vez será menor. Os “bons” empregos estão desaparecendo, existem estudos estatísticos que em 1.980 as grandes companhias geravam 53% do emprego, hoje, este número é de 38% e continuarão em queda, até, em previsão, por volta de 25% no final desta década. Estamos presenciando a agonia da era do emprego e o surgimento da era do trabalho. Isto explica o florescimento (intuitivo) do desejo do ser humano atual, pelo conhecimento e informação. Neste novo modelo, a alma humana é impulsionada para criar, inovar, empenhar no belo, na sensibilidade, o que justifica o crescimento da espiritualidade, da moral e ética.
A competitividade passou a ser vista em duas dimensões: Necessidades Competitivas e Vantagens Competitivas. A primeira trata da sobrevivência da organização e a outra, volta-se para a perenidade do negócio; Assim, os recursos humanos, até então considerados “mão de obra” passam a ser o diferencial competitivo das novas organizações de sucesso.
Neste novo conceito, a área de Recursos Humanos, torna-se responsável em fazer frente às mudanças e refletir as transformações no profissional que irá sobreviver em nossas corporações. O alinhamento deve ser ao trabalho como resultado, e, não ao trabalho como tarefa (emprego de carteira assinada). As garantias da lei estão mais flexíveis, e, aberta à livre negociação entre capital e trabalho, desde que mantida a questão da representatividade coletiva, através do sindicato de classe. Portanto, o bom relacionamento com as entidades sindicais, passa a ser imprescindível, face as novas relações de trabalho.
Somente num ambiente de comprometimento e transparência, poderemos desenvolver nossas Novas Relações de Trabalho, com plena sustentação jurídica. Devemos desenvolver no profissional-colaborador, uma capacidade de empreendedorismo, para atuar como um parceiro co-empresário, um empreendedor do seu próprio trabalho, ampliando sua visão para um ambiente global. É a tendência irreversível de transformação do produto, em serviços. Embora o ser humano seja o diferencial competitivo, é estratégico que a nova relação de trabalho, transfira a responsabilidade do negócio gerar lucro, à todos os envolvidos no processo.
Até então, na era do emprego, o lucro era uma informação confidencial e restrita à alta administração. Neste novo conceito, o lucro deve ser distribuído a todos. Portanto, desenvolver um programa de participação nos lucros ou resultados, no estilo: – para inglês ver, não é o nosso caso. Em novas relações de trabalho, devemos desenvolver um modelo participativo, partindo de um ponto real, juntamente com uma comissão representativa das partes (empresa e empregados), buscando um programa justo, onde cada membro tenha uma parcela deste lucro, na proporção de sua responsabilidade. Portanto, precisamos quebrar a resistência natural, de não informar os números da empresa aos empregados e sindicato. precisamos adequar a área de Recursos Humanos ao sistema global de produtividade e competitividade, e engajar todos a nova realidade: Se o negócio não der lucro, não haverá sobreviventes. Portanto, cada um é responsável pela permanência da organização no mercado.
Nesta nova relação, participativa e democrática, podemos inovar, através de pagamento em cotas, distribuindo de maneira mais uniforme a quota de participação individual, ao contrário da modelo autocrático (pré-estabelecido) anterior, que limita o pagamento em duas parcelas anuais (por semestre), além, de trazer uma impressão ruim, junto ao fisco.
Alberto Carlos Paschoaletto
alberto.paschoalettoig.com.br
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